Concentração do ato, na Rodoviária de Brasília
CMI

Em Brasília e Juiz de Fora, atos enfrentam a políciaComo costuma ocorrer nos primeiros meses do ano, prefeitos de diversas cidades têm autorizado o reajuste no preço das passagens de ônibus, para garantir os interesses e os fabulosos lucros dos empresários do setor. Assim como os aumentos, nestas cidades também têm se repetido a reação da população, em especial, da juventude, em atos e passeatas que lembram os protestos recentes de Florianópolis e Recife.

No Distrito Federal, o mais recente protesto ocorreu nesta quinta-feira, dia 2 de fevereiro, contra o aumento do primeiro dia de janeiro, quando as tarifas subiram de R$ 1,60 para R$ 2 e de R$ 2,50 para R$ 3. Convocado pela Frente Contra o Aumento das Tarifas, formada por diversos movimentos e entidades, como a Conlute e o Movimento Passe-livre (MPL). Cerca de 500 pessoas se reuniram na Rodoviária, por volta das 16h, de onde partiram em passeata pelo eixo monumental. Diante do grande número de policiais presentes, os manifestantes só conseguiram bloquear as cinco pistas da avenida por poucos minutos. Imediatamente, o soldados do Bope e a cavalaria atacaram os estudantes. Uma estudante desmaiou e teve de ser levada a um hospital. Ao longo do dia, quatro estudantes foram presos e só foram liberados por volta da meia-noite. Desde janeiro, 32 pessoas já foram presas pela polícia do governador Joaquim Roriz.

No mesmo dia, a violência policial também pôde ser vista em Juiz de Fora (MG), no segundo dia de protestos contra o reajuste das passagens para R$ 1,55. No início da tarde, cerca de 300 manifestantes interromperam o tráfego em um dos principais cruzamentos da cidade, e foram duramente reprimidas pela Polícia Militar, com spray de pimenta, golpes de cassetete e cavalos. Das janelas, moradores jogavam papel nos militares, em protesto contra a truculência. Além de vários estudantes, dois jornalistas ficaram feridos. Ainda assim, o comandante Ronaldo Nazaré, que coordenou a ação policial, afirmou que não houve excessos.

`DetalheA passeata continuou após o confronto. Com a adesão dos secundaristas, que retornaram das férias, a multidão tomou as ruas da cidade, cantando “Juiz de Fora, eu vou parar, se a passagem não abaixar” e ganhou apoio da população. Em depoimento ao jornal Tribuna de Minas, Eva Amaral, que assistia ao ato da calçada, declarou “eles têm que fazer protesto todos os dias. A passagem encareceu demais”. O protesto terminou em frente à sede da Prefeitura, onde uma comissão foi recebida.

Em outras capitais também articulam-se atos contra o aumento e pelo passe-livre para estudantes e desempregados. Em Porto Alegre (RS), a passagem de ônibus passa a vigorar neste domingo, dia 5, e passará a custar R$ 1,85. No ano passado, a cidade foi palco de intensos protestos contra a política de reajustes, iniciada na gestão do PT e mantida pelo prefeito José Fogaça. Em Maceió (AL), estudantes realizaram protesto no final de dezembro, contra o aumento concedido pela prefeitura, de R$ 1,25 para R$ 1,45.

* com informações publicadas no Centro de Mídia Independente (CMI) e em jornais locais

ERRATA
Esta notícia publicou, equivocadamente, por alguns dias, a informação de que a prefeitura de Maceió é dirigida pela PSB.