Foto: PSTU-ABC

 
Nesta terça-feira, 22, novamente, os estudantes de São Bernardo do Campo foram às ruas reivindicando passe-livre estudantil em movimento organizado pela Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL) e pelo movimento Reviravolta, que reúne estudantes secundaristas. Participaram da manifestação estudantes das escolas João Ramalho, Escola Técnica Lauro Gomes, Vladmir Herzog, Wallace Simonsen e São Pedro, que marcharam pelas principais avenidas da cidade, como Pereira Barreto, Faria Lima e Jurubatuba. Eles ainda passaram pelo terminal rodoviário.
 
A manifestação ocorreu para pressionar o secretário municipal de transportes, Oscar J. Gameiro Campos, que se reuniria com os estudantes e vereadores a partir das 10h para discutir a implantação do passe-livre estudantil na cidade.
 
O secretário iniciou a reunião apontando a impossibilidade de implantar a tarifa zero em São Bernardo, porque, segundo ele, o custo estimado seria de R$ 250 milhões, o equivalente a 10% do orçamento municipal. Os estudantes defenderam a tarifa zero para todos no transporte público, mas inicialmente reivindicam a implantação do passe-livre para estudantes e desempregados, que sofrem mais com o peso da tarifa no seu orçamento e que têm inúmeros direitos – com cultura, esporte, lazer e mesmo saúde – negados pela dificuldade em usar o transporte público. Os estudantes ainda apontaram que o passe-livre estudantil custaria R$ 1,5 milhões ao ano, quase nada comparado aos R$ 40 milhões repassados pela Prefeitura às empresas de ônibus em subsídios.
 
Os vereadores, que na Câmara não se dispuseram a defender o projeto apresentado pelos estudantes, declararam apoiar a implantação do passe-livre estudantil e, inclusive, estudar meios para que a medida valha a partir do próximo ano. Como resultado, foi marcada nova reunião para o dia 12 de novembro, envolvendo, além do secretário de transportes, a Secretaria de Finanças.
 
A abertura de negociações é uma prova de que é possível avançar e conquistar mais direitos a partir da luta e das manifestações de rua. Nesse caso, são os estudantes que estão ensinando e mostrando o caminho. Mas não podemos ter ilusões: é importante fortalecer a organização para garantir que o passe-livre estudantil seja financiado com os lucros das empresas, e não com dinheiro da saúde, educação ou outros serviços públicos.
 
Também tem de ser colocado na pauta um modelo de transporte público que beneficie os trabalhadores, não os empresários do transporte, isso é, um transporte público que não dê lucro a ninguém, mas que leve as pessoas aos lugares onde elas precisam ir. Para isso, o transporte precisa ser estatal e controlado pelos trabalhadores e estudantes.
 
 
– Passe-livre para estudantes e desempregados já!
– Em defesa de um transporte público estatal, gratuito e de qualidade!