Assim está sendo chamada a jornada de luta que ocorre em Salvador. A cidade está quase sitiada, sendo palco de uma megamobilização estudantil que começou no domingo, dia 31 de agosto. Nos dias seguintes, os estudantes começaram cedo parando as escolas uma a uma, formando gigantescas passeatas e paralisando por completo o trânsito da cidade, sendo tema central na imprensa. A luta é contra o aumento da tarifa de ônibus de R$ 1,30 para R$ 1,50, imposto pela prefeitura do PFL, e pela extensão da meia-entrada aos finais de semana e feriados, o que já foi conseguido. Trata-se de um ascenso generalizado, não há nenhuma escola tendo aula normal, do centro até a periferia grêmios e novas lideranças paralisam tudo e arrastam os estudantes que bloqueiam o trânsito impedindo a passagem do “buzu”, como são apelidados os ônibus.

Não há controle do movimento pelas entidades tradicionais. A UNE e UBES foram excluídas da comissão de negociação, formada por seis grêmios e dois DCEs. O grito de “Nãããããoo!” ecoou, argumentando que são entidades aparelhadas pelo PCdoB.
Lamentavelmente a CUT (dirigida pelo PcdoB e o PT) está à margem do “Agosto do Buzu” deixando os estudantes somente com o apoio da população, sem envolver sindicatos e demais setores sociais, o que certamente já teria feito o prefeito recuar. É impressionante o apoio da população: os estudantes vão passando e é buzina, água, papel picado e cartazes em apoio.

O Movimento Ruptura Socialista e a juventude do PSTU são parte desse processo, mobilizamos a partir do Cefet e estamos tentando introduzir o debate sobre passe livre e a necessidade de uma nova direção para o movimento estudantil.

Post author Nericilda Rocha,
de Salvador (BA)
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