Na semana passada, violentos confrontos entre estudantes e as forças armadas da polícia aconteceram no campus da Universidade Alkadi Ayad, na capital do Marrocos. Tudo começou quando a União Nacional dos Estudantes reinvindicou que os estudantes novos tivessem direito a bolsa mensal e melhorias nas condições da moradia universitária, entre outros temas.

A princípio a reitoria não aceitou negociar e, em resposta, os estudantes boicotaram as aulas. A reitoria respondeu chamando as forças da polícia e dando início ao confronto, que deixou vários feridos de ambos os lados e muitos estudantes presos.

A heróica resistência dos estudantes fez com que a reitoria buscasse ajuda nas forças de repressão especial, com armas e cães, e no OAX, a força de inteligência marroquina. Apesar de toda a concentração militar e a violência policial, os estudantes conseguiram ganhar posições na faculdade de Letras e Direito.

No decorrer dos últimos anos, a União Nacional dos Estudantes de Marrocos vem enfrentando o regime corrupto do Marrocos. Este movimento estudantil fez enormes sacrifícios ao longo dos anos. Muitos foram presos e muitos caíram na defesa do direito ao ensino público gratuito para o povo marroquino. Esta experiência estudantil de luta permanente contra o regime fez com que a direção estudantil ganhasse prestígio entre as massas populares e fez o conflito se tornar um símbolo da luta entre as massas populares e o regime repressivo. Ou seja, a luta dos estudantes expressa a contradição entre os exploradores e explorados no país.

Uma característica muito importante dessa luta é que o nível de conscientização política dos estudantes faz com que eles assumam explicitamente sua vinculação com a luta popular. Por isso, o movimento estudantil, nas suas manifestações, pede liberdade para os presos políticos e sindicais. Isso demonstra seu compromisso com a luta do povo, o que torna ainda mais importante a solidariedade com sua luta.

Todo apoio à luta do movimento estudantil marroquino e dos trabalhadores e do povo marroquino contra a monarquia e seu governo repressivo.

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