O mês de agosto no Rio Grande do Sul foi marcado por importantes mobilizações estudantis por mais verbas para a educação pública. No dia 23 de agosto pela manhã, cerca de 300 estudantes ocuparam as ruas do centro de Porto Alegre para protestar contra a ocupação genocida de Israel no Líbano, contra o pagamento da dívida externa, por mais verbas para a educação e contra a UNE/UBES governistas.

O ato, que inicialmente era organizado por diversas forças e correntes políticas, acabou tornando-se apenas da Conlute, que foi a única organização que se preocupou em passar nas escolas e universidades para falar com os estudantes e divulgar a atividade. A mobilização partiu do tradicional colégio Julinho, que foi palco de grandes lutas contra os ataques dos governos estaduais, passou por ruas do centro e se dirigiu até a esquina democrática onde foi queimada uma bandeira da UNE. Após este fato, os estudantes foram tomados por uma grande euforia e gritaram: “Eu sou Conlute, sou radical, não sou capacho do governo federal”.

Solidariedade Internacional
A preocupação em prestar solidariedade aos povos palestino e libanês contra os ataques imperialistas de EUA e Israel foi a marca registrada do protesto, que contou com muitas bandeiras da palestina e faixas contra a guerra. A denúncia do governo Lula, que paga a dívida externa religiosamente em dia e financia a carnificina no Oriente Médio, foi feita pelos jovens que não se calaram diante da traição de Lula e do PT.

Foram lembradas as vítimas do confronto e foi salientada a importância da luta dos povos contra o imperialismo, especialmente dos estudantes, que protagonizaram importantes lutas no último período, como na França e no Chile.

Demonstração categórica
As entidades governistas – UNE e UBES – organizaram um ato político semanas antes que foi um verdadeiro palanque para a reeleição de Lula e das candidaturas do PT/PCdoB no estado. Candidaturas estas que já demonstraram a disposição em seguir pagando a dívida externa, atacando a educação e os jovens. Esses fatos ilustram a falência da UNE e UBES, que abandonaram as reivindicações históricas do movimento estudantil e passaram de “mala e cuia” para o lado do governo.

A Conlute foi fundamental para resgatar uma mobilização combativa e engajada na luta direta dos estudantes. Os grêmios estudantis e DA´s que já estão construindo a Conlute em Porto Alegre foram vanguarda na construção do ato e apontam uma alternativa concreta. O grêmio do colégio Cônego, da Zona Sul da capital gaúcha, que já está engajado na construção da Conlute, foi destaque no ato pela sua coluna e disposição de luta dos alunos presentes. Cantavam palavras de ordem denunciando a traição da UBES e mostrando a necessidade de ruptura com esta entidade.

Só a luta muda a vida
O PSTU esteve presente e participou ativamente da construção do ato. A juventude do partido empenhou-se em conversar com os ativistas e em mostrar que, mesmo estando num período eleitoral, só a luta muda a vida e que mobilizações como essa são de inestimável importância para afirmar que o movimento estudantil segue mais vivo do que nunca, mesmo com as traições históricas da UNE/UBES.

Os candidatos do PSTU pela Frente de Esquerda também marcaram presença nessa luta, juntamente com trabalhadores e sindicalistas da Conlutas.

Estudantes de Santa Cruz contra cortes de verbas
Não foi só na capital gaúcha que os estudantes saíram às ruas para protestar contra a atual política educacional do governo estadual e federal. Em Santa Cruz do Sul, cidade localizada no interior do Rio Grande do Sul, cerca de 100 estudantes foram às ruas para lutar contra os sucessivos cortes de verbas da secretaria municipal de educação.

A secretaria não repassa dinheiro para os colégios há, mais ou menos, cinco meses. Com isso, a UESC (União dos Estudantes Santa Cruzenses) – entidade municipal filiada à Conlute – organizou uma passeata que saiu da sede da própria entidade e se deslocou até um dos departamentos da secretaria.

Lá foram feitas intervenções denunciando a atual situação de descaso com a educação pública, bem como a política educacional de Lula / Rigotto. O protesto também exigiu passe-livre para estudantes e desempregados. Os estudantes exigiram o não pagamento da dívida externa e mais verbas para a educação.

A traição da UNE/UBES foi lembrada pelos ativistas da UESC e de muitos grêmios estudantis, que hoje estão engajados na luta pela construção de uma alternativa, a Conlute. A resistência e luta do povo palestino e libanês também foi exaltada pelos estudantes que prestaram solidariedade cantando palavras de ordem e tremulando bandeiras.

O candidato da juventude do PSTU pela Frente de Esquerda, Davi Dietrich, também esteve presente na manifestação e salientou a necessidade da luta dos estudantes, mostrando a falência da UNE/UBES e exigiu o não pagamento da dívida externa, para termos mais verbas para a educação pública, saúde e moradia.

Esse ato foi um importante pontapé inicial organizado e impulsionado pela UESC/Conlute na cidade. Além de contar com a presença de vários grêmios e representações estudantis, contou com a participação dos trabalhadores do Sindicato dos Comerciários de Santa Cruz, ligado à Conlutas, mostrando a necessidade da unidade na luta dos estudantes com os trabalhadores.