Encontro organizará a luta contra a reforma Universitária e debaterá a ruptura com a UNEDurante o Fórum Social, no dia 28 de janeiro, ocorrerá o Encontro Nacional “A Luta contra a Reforma Universitária e os Rumos do Movimento Estudantil”. Este encontro, organizado pela Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes (Conlute), terá a presença de estudantes de todo o país, além de convidados do Andes-SN, da Conlutas e de delegações internacionais.

2004: Um ano de lutas contra a Reforma

A juventude que estará neste encontro será a mesma que durante o ano de 2004 protagonizou importantes lutas na defesa da universidade pública, contra os ataques do governo e seu projeto de acabar com o ensino público e salvar os tubarões do ensino privado.

Esses ataques foram inúmeros. Primeiro, o novo projeto de avaliação, o Sinaes. Logo depois – enquanto propagandeava o debate com a sociedade para a construção do projeto da reforma Universitária –, foram implementadas medidas fundamentais para a transformação da educação superior, como as Parcerias Público-Privadas (PPPs), a Lei de Inovação Tecnológica, a regulamentação das fundações privadas e, por último, o projeto Universidade para Todos (ProUni).

Se por um lado os ataques foram grandes, por outro, a resistência e a organização estudantis também deram importantes demonstrações de força, como a realização, em maio, do Encontro Nacional contra a Reforma Universitária – que reuniu mais de 1.500 estudantes e fundou a Conlute –, a realização de lutas e de duas marchas a Brasília, diversas greves estudantis e a realização do Plebiscito Nacional contra a Reforma, que apesar do boicote da esquerda petista e do P-SOL, recolheu 56.127 votos.

A ofensiva do governo em 2005

No final de 2004, o governo deu claras demonstrações de como vai ser sua ofensiva em 2005. Por um lado, Gabriel, o Pensador surgiu na televisão defendendo o ProUni, por outro, o governo apresentou o ante-projeto de Lei Orgânica Acompanhada, que mantém toda a lógica privatista dos projetos anteriores, porém utilizando-se de expressões e bandeiras que o movimento sempre defendeu, numa tentativa de enganar os estudantes, fazendo-os crer que este governo defende a educação pública e gratuita.

Preparar a luta para derrotar a Reforma

O ano de 2005 deve ser um ano de muita luta e desde já precisamos organizar as mobilizações em cada escola e universidade do país. É justamente esse o papel que o Encontro quer cumprir e, para isso, uma série de propostas e atividades está sendo apresentada para discussão: organizar calouradas combativas; transformar o dia 28 de março em um Dia de Luta contra a Reforma Universitária (alternativo à mobilização promovida pela UNE); organizar uma semana de mobilizações contra as reformas, juntamente com a Conlutas; convocar o boicote ao Enade e realizar debates em todos os cantos do país. Também será levada ao Encontro a proposta de construção de uma greve nacional unificada de estudantes, professores e funcionários para derrotar a reforma.

Durante todo esse processo de luta contra a reforma Universitária, a UNE esteve do outro lado da trincheira, junto com o governo e a proposta de reforma Universitária que acabará com a universidade pública. Esse papel se deve ao fato de que sua direção, a UJS/PCdoB, é parte fundamental da base de apoio do governo e, por isto, busca convencer o movimento de que as ações do governo são progressistas.

É hora de Romper com a UNE

Foi devido ao abandono pela UNE das bandeiras históricas do movimento que surgiu, pela base, o debate sobre a necessidade de romper com ela e forjar novas ferramentas para organizar a luta no país.

A Conlute foi criada justamente como alternativa a esse papel que a UNE vem cumprindo. Agora é hora de avançar. Por isso, uma das propostas que está sendo levada ao Encontro defende critérios claros sobre como a Conlute deve se organizar: deve ser democrática, de luta, de oposição de esquerda ao governo Lula e antiimperialista. E deve estar a serviço da construção de uma sociedade socialista.

A discussão sobre a ruptura com a UNE deve ser encaminhada em todas as universidades. O Encontro também debaterá a proposta de que, no meio do ano, quando for realizado o Congresso da UNE, o movimento estudantil combativo tenha uma opção: um Encontro paralelo, onde seja discutido o fortalecimento da Conlute, em alternativa à UNE.
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