Há mais de um mês, alunos protestam contra o fechamento de turmas e a reforma UniversitáriaCARTA ABERTA À POPULAÇÃO DE SANTO ANDRÉ

Somos obrigad@s a sair às ruas para denunciar a situação em que se encontra a Fundação Santo André, pois, até o momento, não conseguimos encontrar um canal que realmente resolva essa situação. Cansamos de palavras….

Como tod@s sabem (ou deveriam) a FSA foi criada por uma Lei Municipal ainda na década de 60 e o curso que era oferecido naquele momento era gratuito. Hoje temos mensalidades entre as mais caras da região, com curso de engenharia no valor de mais de R$ 700,00.

A nossa situação é a seguinte: falta de professore/as (há cursos nos quais faltam professores para 4 disciplinas), salas que não têm nem ventiladores, laboratório de informática defasado, biblioteca que não atende às necessidades da maioria dos cursos, cobrança de taxas para emitir qualquer documento, criação de vários cargos de confiança só para o Reitor continuar no poder e outras tantas barbaridades.

Após diversas medidas ao longo dos últimos anos que buscam a privatização da Fundação Santo André (incluindo o aumento abusivo das mensalidades), a atual reitoria com total apoio da prefeitura do município, ignorando o caráter público da instituição, determinou no dia 23 de fevereiro de 2005 o fechamento de salas do curso matutino de Geografia, junção de salas de diversos cursos e cancelamento da contratação de professores por concurso, como forma de buscar o “equilíbrio financeiro“ da instituição.

Enfim, um desrespeito aos alun@s, professores/as e população de Santo André, real proprietária da Fundação Santo André, que se vê cada vez mais distante da possibilidade de seus filhos estudarem numa Faculdade pública (ou pelo menos mais barata), decente e de qualidade.

Segundo o órgão, essas medidas são majoritariamente para cobrir as despesas do prédio da Faculdade de Engenharia (FAENG). Mas aqui cabe uma pergunta: se nós alun@s, professores/as e funcionári@s não fomos consultados porque teríamos de ser responsabilizados pela incompetência administrativa deles? Para piorar ainda mais a situação, no ano retrasado o reitor, ilegal e arbitrariamente, demitiu 6 professoras (uma foi readmitida por decisão da justiça no mesmo ano) e agora começaram a sair as decisões de reintegrações e indenizações das demais, que são estimadas em R$ 1.250.000,00. Perguntamos: quem vai pagar por isso?

O mais lamentável é que a Prefeitura e a Câmara de vereadores/as não movem um dedo para resolver tal situação e aqui a responsabilidade do prefeito João Avamileno é muito maior porque é ele quem indica o Reitor (de uma lista tríplice encaminhada) e nesse caso vale a máxima de “quem cala consente“, ou seja, o prefeito e Câmara de vereadores/as são coniventes com o que está acontecendo na F$A..

Frente a uma situação de descontentamento e desconforto entre alun@s e professores/as, nós, estudantes da F$A, denunciamos:

1. Não houve, em momento algum, qualquer consideração em relação à qualidade de ensino. A prova disto é que os próprios professores/as da Faculdade de Filosofia decidiram entrar com um mandado de segurança contra tais medidas arbitrárias.

2. Como se trata de instituição pública e não tem dono, a Fundação é administrada através de seus estatutos e regimentos, absolutamente desrespeitados pela “administração“ de Odair Bermelho. O atual reitor, ao tomar a decisão de fechamento de salas através do Conselho Diretor, desrespeitou todos as normas de funcionamento da F$A, pois ele não tem poder para decidir sobre esses assuntos.

Por tudo isso é que estamos aqui para pedir a sua compreensão e ajuda nessa luta. Você pode ajudar de muitas formas: coletando assinaturas para o nosso abaixo assinado, conversando com outras pessoas tentando explicar a situação, telefonando ou mandando e-mail para o prefeito, para @s vereadores/as, ao MEC, enfim pode ajudar de várias maneiras.

A pauta de reivindicação que encaminhamos para a reitoria é a seguinte:

a) Não à extinção dos cursos.
b) Não à junção e nem ao fechamento das salas
c) Contratação, por concurso público, de professores/as de acordo com as normas dos colegiados.
d) Fim de cobrança de qualquer taxa para emissão de documentos;
e) Infra-estrutura (computadores, ventiladores nas salas, salas adequadas, melhorias na biblioteca, etc.).

Também estamos lutando pela estatização da FSA (pública e gratuita) e contra a “Reforma Universitária“ proposta pelo governo, que tem como principal elemento o apoio às universidades privadas.