Estudantes se concentram no Vão livre do Masp
Nuc Consciência Negra

Em São Paulo, os estudantes em greve da USP realizaram uma passeata na Av. Paulista. Sob os gritos “PM não! Educação!” e “Alckmin, a culpa é sua”, o protesto reuniu mais de dois mil estudantes que se concentraram no vão livre do Masp, realizaram uma passeata pela avenida para depois retornar ao vão do MASP onde realizaram uma aula pública. No trajeto, os estudantes foram aclamados pelos grevistas do Judiciário Federal. A “Aula de Democracia” ao reitor Rodas teve a participação de professores e intelectuais. Entidades do movimento popular e sindical, como a CSP-Conlutas, tomaram a palavra no ato para prestar apoio e solidariedade.

No último dia 23, os estudantes realizaram mais uma assembleia geral, dessa vez realizada na Escola Politécnica. A assembleia reafirmou a manutenção da greve e votou por um plano de lutas. Uma das principais atividades será a realização de um ato de repudio ao reitor Rodas, no próximo dia 28 na ALESP (Assembleia Legislativa de São Paulo). Neste dia, a Assembleia Legislativa marcou audiência pública para a qual está sendo chamado o próprio Rodas, estudantes e trabalhadores da universidade, para discutir a repressão na USP. Há inúmeros processos administrativos, inquéritos policiais contra sindicalistas e estudantes que acompanha a crescente militarização no Campus da USP.

A Audiência Pública será realizada no Auditório Franco Montoro – ALESP, às 13 horas, e tem o apoio da Adusp (sindicato dos professores da USP) e do Sintusp (sindicato dos funcionários da USP), que decidiu chamar a categoria a paralisar suas atividades nesse dia.

Luta continental
A manifestação dos estudantes da USP se insere na Jornada Continental da Luta ao Direito à Educação, que está sendo marcado por vários outros protestos e marchas estudantis, como no Chile e na Colômbia. Os dois países vivem um momento de ascenso das lutas dos estudantes. No Chile, os estudantes de Chile lutam há meses pelo direito à educação pública, negado pelo governo conservar de Sabastián Piñera. Na Colômbia, estudantes da Colômbia deflagraram uma grande greve Geral no dia 12 de outubro contra o Projeto de Lei de Educação Superior apresentado pelo presidente Juan Manuel Santos no Congresso. Mais de meio milhão de estudantes, em 32 universidades públicas do país aderiram à greve. Após 36 dias, a greve foi suspensa depois que o governo recuou do projeto do governo. Mas os estudantes anunciaram um novo protesto para garantir que o governo não volte à carga com a privatização do ensino.

Estudantes de outros países também atenderam ao chamado, como na Argentina, Costa Rica, Peru, El Salvador, México, Guatemala e Paraguai, Espanha.