Após o último ascenso, na greve de 2001, o movimento estudantil amargou um período de refluxo que era ao mesmo tempo causa e reflexo das duas gestões petistas no Diretório Central dos Estudantes. Porém, nas últimas semanas, os estudantes da UnB se levantaram massivamente contra os ataques do governo Lula e seu braço direito no movimento estudantil, o PCdoB.

A temperatura começou a subir durante as eleições para o DCE desse semestre. Ficava claro o repúdio dos estudantes à UNE, ao governo e à chapa do PCdoB, que era vaiada por centenas de estudantes nos debates entre as chapas. Esse repúdio se materializou na impugnação dessa chapa no Conselho de Entidades de Base (CEB) que contou com a presença de 37 Centros Acadêmicos (dos 45 constituídos), com a ampla maioria das entidades votando pela impugnação. O motivo foi o desrespeito ao teto de gastos de campanha. Para transformar o DCE-UnB em palanque de defesa da Reforma Universitária, o PCdoB gastou mais de R$ 8.700, quando o teto estabelecido era de R$ 3.900. Ou seja, mais qdo ue o dobro permitido. Na semana seguinte, foi realizado outro CEB que além de reiterar a impugnação da chapa, reafirmou o estatuto do DCE ao impedir a participação dos membros da chapa do PCdoB nas próximas eleições. A única corrente política a defender a impugnação foi o PSTU, sendo que a esquerda do PT defendeu a posse da chapa governista e o PSOL não interviu.

Não satisfeitos com a derrota, a UJS/PCdoB reivindicou uma Assembléia Geral dos Estudantes, que foi acatada pelo CEB, e passaram a fazer um abaixo-assinado exigindo a posse. O abaixo-assinado foi um fracasso tão grande que a UJS/PCdoB nem apareceu na Assembléia, com a presença de mais de 1.300 estudantes que, novamente por esmagadora maioria, impugnaram a chapa do governo. Por fim, em uma atitude típica de uma chapa governista desesperada, esse grupo apelou para a justiça burguesa que lançou liminar provisória paralisando os trabalhos da Comissão Eleitoral.

Os estudantes enfrentaram o governo não só impugnando a chapa da UJS, mas participando ativamente das atividades contra a Reforma Universitária impulsionadas pela CONLUTE. Mais de 10% dos estudantes da Universidade (2.543 pessoas) votaram no Plebiscito sobre a Reforma Universitária. No dia 25 de novembro, 16 ônibus lotados saíram da UnB em direção a Marcha Nacional contra a Reforma Universitária, Sindical e Trabalhista e pela Reforma Agrária, na esplanada dos Ministérios.

Essas importantes vitórias fortalecem a luta contra os ataques do Governo Lula e abrem o caminho para uma nova direção para o DCE e o Movimento Estudantil, uma direção para as lutas e mobilizações, a direção da CONLUTE.