Nesta segunda-feira, 20/9, os estudantes da Uesb deram um BASTA a incompetência da Administração Central da Universidade. Por volta das 6 da manhã, cerca de 60 estudantes ocuparam um prédio em construção atrás do Ginásio de Esportes. O movimento exige que o local seja transformado imediatamente em Residência Universitária.

Trata-se de uma bandeira histórica do movimento estudantil da Uesb e que após inúmeras promessas de várias administrações, os discentes resolveram radicalizar e partiram para a ocupação desse prédio público que não estava exercendo função social.

As razões para tal, deve-se ao fato de a Uesb ter tido um crescimento abrupto nos últimos anos na oferta de cursos e, conseqüentemente, ter aumentado significativamente o número de estudantes, principalmente, os que vêm de outras cidades do Estado e até mesmo do país. A Universidade inchou e o orçamento não acompanhou o crescimento.

Tal discussão perpassa pela questão da permanência do estudante na universidade. Grande parte dos nossos colegas é de famílias de baixa renda, o que impossibilita que o estudante tenha um tempo maior para se dedicar aos estudos, já que quando não tem que trabalhar para sobreviver, passam dificuldades financeiras e, em alguns casos, vão embora da cidade, abandonando a Universidade por não ter onde morar. Essa é uma realidade que a Administração da Uesb não mostra em suas propagandas enganosas.

A ocupação estudantil ocorrida na Uesb não é um fato isolado. Aqui e em quase todas as universidades do Brasil, as Casas Estudantis sempre foram conquistadas através de muita luta e resistência do movimento estudantil. Na Bahia, a única universidade pública estadual que possui Residência Estudantil é a Uefs, conquistada com muita luta dos estudantes, também por meio de ocupação. Vale ressaltar que no campus da UNEB, em Santo Antônio de Jesus, os estudantes ocuparam recentemente um prédio público exigindo que a Reitoria da Instituição tomasse as providências com relação a Residência Universitária. A Uesb dá um salto importante nesse sentido, com os alunos realizando a primeira ocupação da história da Universidade em prol da Moradia Estudantil.

A atual Reitoria está há dois anos e sequer se preocupou em discutir Residência com a estudantada; em contrapartida, demonstra subserviência ao Governo do Estado e total falta de autonomia ao aceitar um curso de Medicina goela abaixo sem se preocupar com a dotação orçamentária, que, segundo dados do Fórum da Associação dos Docentes, todas as universidades estaduais têm o orçamento reduzido desde 1998, muito diferente do discurso da Secretária de Educação que diz que o repasse tem aumentado. Isso sem falar no Restaurante Universitário que se encontra atrasado há mais de 400 dias e mesmo após a mobilização da última terça (14), as obras continuam paralisadas.

O movimento tem ganhado o apoio de diversos setores combativos. Na ultima quarta, os estudantes receberam a visita de Edmundo Dias (Andes-SN), Jose Maria (Conlutas/PSTU) e do desembargador Rui Portanova (Associação de Juizes pela Democracia).

O movimento tem resistido aos atos de truculencia da Reitoria, que mandou trancar os vestiários para impossibilitar que os residentes tomassem banho. Para completar, foram afixadas faixas anônimas pelo campus caracterizando o movimento como baderna.

Vale lembrar, que na última assembléia, convocada pelo DCE (UJS/PCdoB), os estudantes repudiaram as açoes da entidade, que foi para o Coneg sem consultar a base. O movimento, também tem se posicionado contra a Reforma Universitária de Lula que, caso seja aprovada, destruirá a universidade pública brasileira.

Comissão de Mobilização Estudantil

Apóiam essa Mobilização Estudantil:

CA de Pedagogia

CA de Agronomia

DA de Biologia

CA de Geografia

CA de Física

Conlute (Coordenação Nacional de Lutas dos Estudantes)

Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas)

Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social – ENECOS

Mnovimento Negro Unificado – MNU

Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil – FEAB

Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social

Adusb – Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

SIMPRO

Centro Acadêmico Filosófico Cultural do Amazonas-CAFCA/Universidade Federal do Amazonas -UFAM

DCE da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Sindicato Municipal do Magistério Público de Vitória da Conquista (SIMMP)

Comissão Pastoral da Terra

Pastoral Cristão Universitária

Pastoral da Crisma

Via Campesina (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, Movimento dos Trabalhadores Desempregados – MTD, Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA, Mocimento dos Trabalhadores Atingidos por Barragens – MAB, Moviemnto de Mulheres Camponesas – MUC, FEAB e CPT)

DCE Carlos Marighela UESC

CA de Historia Caboclo Marcelino UESC