Estudantes de Medicina com faixa da Conlute

A direção da universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, anunciou um aumento de 29% no valor das mensalidades, sendo 10% no início deste semestre e mais 19% no segundo. A reitoria fez uma apresentação fajuta da planilha de custo, mas não conseguiu convencer ninguém das razões para o reajuste.

Em resposta, o Centro Acadêmico de Medicina convocou uma assembléia dos alunos e espalhou cartazes por toda a universidade. A direção da universidade, em desespero, cuidou para que todos os cartazes fossem arrancados, mas não conseguiu impedir que a assembléia acontecesse.

A resposta veio com uma assembléia com mais de 300 estudantes, um marco histórico na organização da luta nesta faculdade. Ao perceberem que o único interesse desta instituição é o lucro e não a qualidade, os estudantes aprovaram uma paralisação de 24 horas. Os debates na reunião relacionaram este ataque com o que está sendo imposto pelo governo Lula e sua reforma Universitária, através do ProUni, da isenção de impostos e incentivos fiscais. Os estudantes aprovaram a ruptura com a UNE governista e a filiação a Conlute.

Estudantes dão exemplo de organização e combatividade
Depois da assembléia, todas as turmas realizaram reuniões que votaram suas reivindicações e elegerem representantes para com o Centro Acadêmico parar a universidade. Eles exigem: nenhum aumento; Ensino, Pesquisa e Extensão; imediata apresentação da verdadeira planilha de custo; revogação de Lei de Mensalidades e fim da reforma Universitária do governo Lula/FMI e da UNE !!!!!!

Na quarta-feira, dia 18 de maio, a agitação começou desde às 7h da manhã, com um piquete na porta da Estácio de Sá. Valeu de tudo: nariz de palhaço, apitaço, muitas palavras de ordem e músicas contra o aumento, adesivos, faixas, bumbo e carro de som. Os estudantes contaram com o apoio da Conlute, do DCE Estácio Nova América, do DCE da PUC e do DCE da Rural. Depois de pararem completamente as aulas e as provas, os 700 estudantes de Medicina, ajudaram a ‘trancar’ o Centro do Rio de Janeiro.

A universidade, derrotada pela mobilização dos estudantes teve que recuar no reajuste para 5%. Mesmo com esta vitória, a mobilização segue, com uma nova assembléia.