Frente vai participar do Encontro Nacional Contra as ReformasEm meados de 2006 o governo Lula apresentou no Congresso Nacional o Projeto de Lei 7.200/06, a sua mais nova versão de reforma Universitária. Como já era de se esperar, o PL reafirma o conteúdo das Medidas Provisórias já em vigor, e pior, aprofunda a concepção mercadológica do ensino, através da concessão de total liberdade para os empresários da educação e a restrição da autonomia das universidades públicas.

Para se ter uma idéia, ficará legalizada a entrada de até 30% de capital estrangeiro nas faculdades particulares, comprometendo de uma vez por todas a produção de conhecimento com as demandas estranhas à soberania nacional. Já nas públicas, o PL inaugura a criação de cursos de curta duração, ciclos básicos multidisciplinares e matem a famigerada lista tríplice.

A ofensiva do governo desencadeou um amplo debate sobre a reforma nas entidades representativas do movimento. Executivas de Curso, DCEs, CAs e coletivos de base se reuniram em dezembro do ano passado em São Paulo e fundaram a Frente de Luta Contra a Reforma Universitária. Desde então, a Frente recebeu cada vez mais adesões e em fevereiro de 2007 lotou o auditório do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação no Rio de Janeiro com mais de 200 estudantes e 90 entidades. Segundo Leandro Soto, da coordenação nacional da Conlute, “a unidade se impôs pela necessidade de derrotar o projeto do Banco Mundial e garantir a gratuidade do ensino superior público no país”.

A reunião encaminhou uma série de iniciativas, entre elas, a construção de comitês por universidade ou região, a confecção de uma cartilha, a preparação do boicote ao Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) e a participação no Encontro contra as Reformas, dia 25 de março. Foi resolvida ainda, a realização de uma Plenária da Educação, envolvendo além do movimento estudantil, o ANDES-SN, o Sinasefe e o Vamos a Luta da Fasubra.

Pela primeira vez, desde o início do governo Lula, se constitui uma frente única contra a reforma, incluindo tanto aqueles que já romperam com a UNE, como aqueles que ainda permanecem em seus marcos. E não por acaso, esse processo nasceu por fora da entidade governista, demonstrando a sua incapacidade de responder minimamente às bandeiras históricas da comunidade universitária.

As aulas mal começaram e o movimento estudantil independente já aponta a sua artilharia em direção ao governo e seus aliados. Um ano de muita luta se inicia. A Conlute não poupará esforços na construção da Frente de Luta e na empreitada para barrar essa reforma. Está declarada a guerra!
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