Enquanto o movimento estudantil estava na ofensiva no Sul e Sudeste do país, trabalhadores e estudantes de Teresina paravam a capital do Piauí gritando: “Mãos ao alto! R$ 2,10 é um assalto!”O prefeito Elmano Ferrer (PDT) decretou, em agosto, o aumento da tarifa de ônibus. É a retribuição pelo apoio financeiro dado pelos empresários do ramo ao seu governo, que é apoiado, inclusive, pelo PT.

O prefeito tentou manobrar e aumentou a passagem em uma sexta-feira. Mas não funcionou: convocados pelo Facebook, na segunda-feira, os estudantes foram às principais ruas da capital barrar o reajuste.

Diante das manifestações, o prefeito enviou a PM para reprimir. No primeiro dia, seis estudantes foram detidos e houve feridos por balas de borracha e spray de pimenta.
No entanto, o que nem empresários nem a prefeitura esperavam, é que o movimento respondesse à altura: a população se somou em massa aos protestos. Em um dos atos, calcula-se que estiveram presentes 20 mil pessoas. Vários coletivos foram apedrejados e queimados. Como relatou uma participante dos protestos, as atividades começavam às 9 horas e iam até às 20h, todos os dias.

O recado era claro: os lutadores só parariam com uma vitória.
No dia 2 de setembro, a derrota do governo foi estrondosa. Ferrer revogou o reajuste por trinta dias. Terá que esperar até o fim da auditoria da planilha de custo das empresas. Há indícios de várias irregularidades nos cálculos dos empresários. Para se ter uma idéia, seu lucro aumentaria em 85%, caso houvesse o aumento.
A luta agora é pelo passe-livre para estudantes e desempregados e pela criação de uma empresa municipal de transportes.
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