Uma charge política! Esse foi o motivo que levou um estudante de Artes Plásticas da Universidade de Brasília (UnB) a voltar para casa com 80 pontos nas costas.

Na madrugada da última sexta-feira, 6 de abril, num bar muito freqüentado por estudantes da UnB, o estudante F., que prefere não se identificar, foi violentamente agredido por dois coordenadores do Diretório Central de Eestudantes (DCE). Ele resgatou a criatividade do cartunista Henfil, que na década de 70 criou um personagem que enterrava os pelegos no cemitério dos “mortos-vivos”, o Cabôco Mamadô. Usando esse personagem, o estudante criticava a política oportunista do DCE, dirigido pelo PT e pelo PCdoB, e alguns de seus coordenadores.

Segundo testemunhas, essa crítica deixou furioso um dos coordenadores do DCE, que não era retratado na charge e mesmo assim foi à mesa onde estava o outro estudante e, após uma discussão política, deu um soco no rosto dele. Quando os dois começaram a brigar, a namorada desse coordenador, também coordenadora do DCE, se aproveitou de uma garrafa quebrada e golpeou o autor da charge pelas costas. O resultado foi um corte de 25cm e 80 pontos nas costas.

Depois da agressão criminosa, o autor da agressão, Rodrigo Grassi, militante do PT e conhecido como “Pilha”, procurado pelo Jornal de Brasília, não quis dar entrevista, mas se aproveitou da situação e deu como seu o nome do professor de filosofia da UnB Rodrigo Dantas, ex-presidente da ADUnB e candidato pelo PSOL ao senado nas ultimas eleições. A confusão por esse homônimo obrigou o respeitado professor a escrever uma nota pública de esclarecimento.

Os coordenadores pediram licença da gestão e o DCE diz ser isso suficiente. Por todos os cantos da UnB, entretanto, estudantes estão indignados e alguns Centros Acadêmicos exigem a expulsão de ambos coordenadores. Essa discussão parece que vai se estender ainda por mais um tempo.

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  • Reportagem (com foto) do Jornal de Brasília, em que o agressor, Rodrigo Grassi, mentiu seu nome.