No próximo dia 2 de novembro, os Estados Unidos farão eleições presidenciais. Os dois principais candidatos, George Bush, do Partido Republicano, e John Kerry, do Partido Democrata, estão empatados nas pesquisas, com 49% das intenções de voto. A campanha eleitoral está atravessada pela guerra no Iraque. Mas esse tema está sendo espinhoso para ambos.

Acaba de sair o relatório assinado pelo chefe de inspetores de armas, Charles Duelfer. Após 16 meses de pesquisa de campo, conclui que Saddam Hussein não tinha armas de destruição em massa quando os EUA invadiram o Iraque. Bush desconversou e Kerry saiu pela tangente, sem poder aproveitar a fundo a mentira de Bush porque ele também deu o seu aval à invasão do Iraque. Por outro lado, a luta de resistência recrudesce entre as milícias iraquianas. Para fugir do tema, que vem sendo alvo de manifestações entre a população americana como jamais se viu desde os protestos contra a Guerra do Vietnã, a campanha eleitoral de ambos volta-se para problemas domésticos.

Supermentirosos

Mas se se livram de um túmulo, tropeçam em outro. Bush é obrigado a dizer à população que vai cortar impostos e Kerry é obrigado a prometer melhorias no atendimento à saúde e a criação de empregos. Mas esse caminho também é espinhoso para ambos, que têm de manter os drásticos ajustes econômicos que vêm sendo feitos para tentar controlar a gravíssima crise que afeta a principal potência imperialista.

Seja quem for o vencedor, terá pela frente um problemão para realizar eleições no Iraque em janeiro, algo que está cada vez mais difícil, diante do fortalecimento das milícias que lutam para expulsar as tropas de ocupação.
Post author Cecília Toledo, da redação
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