Cartaz da campanha

Mais de cem militantes da CS entraram com uma ação exigindo do estado reconhecimento dos crimes da ditadura contra esta organizaçãoO Estado brasileiro já reconheceu o papel de organizações e ativistas na luta contra a ditadura. Muitos dos quadros do PT, do PCdoB, assim como várias organizações que já desapareceram (como a POLOP) foram anistiados como reparação pelos crimes de tortura e perseguição política cometidos pela ditadura militar.

A única organização política ainda não reconhecida é a Convergência Socialista que teve um papel importante nas mobilizações operárias e estudantis que levaram a derrubada da ditadura , sofrendo sérias represálias por isso.

Como a CS foi a organização que mais contribuiu para a formação do PSTU, pode-se perceber a injustiça atual: não existe nenhuma organização de importância na atualidade que tenha lutado contra a ditadura que ainda não tenha tido essa luta reconhecida, com exceção da CS.

A história da CS se confunde muitas vezes como a história do movimento de massas. Foi em resposta ao chamado da CS que o movimento estudantil saiu às ruas pela primeira vez em 1977, para protestar contra a prisão e tortura dos operários socialistas presos na panfletagem de 1° de maio. Foi a primeira organização a reivindicar a legalização de um partido socialista no país, e por isso teve dois terços de sua direção presa. A CS dirigia um dos mais importantes jornais da imprensa alternativa sob a ditadura – o Versus – que foi asfixiado financeiramente e finalmente teve de ser fechado pela perseguição militar. Seus quadros estiveram na linha de frente das primeiras greves operárias em 79, e por isso a CS foi atacada várias vezes por ministros da ditadura em pronunciamentos oficiais na TV. Foi parte integrante das direções sindicais do ABC que dirigiram as greves de 79-80, o que levou o Zé Maria à prisão junto com o Lula.

Mais de cem militantes da CS entraram com uma ação exigindo do estado reconhecimento destes crimes através da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Um primeiro passo foi conquistado: foram reconhecidos como Grupo de ex presos e perseguidos da CS pela comissão. Além disso, o grupo teve 4 de seus integrantes julgados e anistiados, pois foram incluídos por motivos de saúde em outros julgamentos. Mas, até o fechamento desta matéria, o julgamento do processo não tem ainda uma data marcada. Portanto, a dívida do Estado com uma das principais organizações que lutaram contra a ditadura não foi saldada.