Depois de três meses de discussões entre as direções do PSTU, PSOL e PCB, foi constituída uma frente de esquerda para as eleições de outubro, com uma base programática e a definição de candidatos a postos chave.

As discussões ainda seguem, porque existem vários temas a ser definidos (o nome da frente, discussões nos estados e outros pontos). Mas foi estabelecida uma definição geral para a frente, um avanço importante.

Ao redor da candidatura de Heloísa Helena para a Presidência da República se constitui uma terceira via, uma alternativa unitária de esquerda perante os dois blocos majoritários do campo da burguesia (PT/PCdoB e PSDB/PFL).
O PSTU está empenhado em construir uma alternativa em todos os terrenos para a reorganização do movimento de massas no Brasil, diante da falência do PT e da CUT. Tivemos, com milhares de ativistas independentes e de outros partidos, uma enorme vitória no terreno político e sindical, com a constituição da Conlutas, no congresso realizado no início de maio em Sumaré (SP).

Agora conseguimos, com PSOL e PCB, formar uma frente de esquerda para enfrentar um terreno que não é o nosso, o das eleições burguesas. Temos a consciência de que é necessário formular alternativas unitárias para superar a fragmentação e a dispersão da esquerda. Neste sentido, valorizamos muito a construção desta frente.

Esta edição do Opinião Socialista é dedicada prioritariamente a apresentar esta proposta. Abrimos uma série de matérias dedicadas ao tema com a explicação de por que os revolucionários participam das eleições. Nas páginas centrais estão as entrevistas de Zé Maria e Heloísa Helena, além do histórico das negociações da frente. Na página seguinte, expomos as bases programáticas discutidas. Na página 9, apresentamos algumas das candidaturas do PSTU nessa frente. Por último, na página 10, abrimos a Tribuna de Debates que vai expor as polêmicas que forem surgindo na frente, com a discussão inicial ao redor do episódio da ocupação da Câmara pelo MLST.

Durante os próximos meses, estaremos envolvidos em todas as mobilizações diretas dos trabalhadores, em suas greves e lutas. E estaremos também construindo esta Frente de Esquerda para dar uma resposta às eleições.

Coerentes com isso, convocamos os sindicatos e entidades do movimento a aceitar a convocação da Conlutas para um dia de lutas, em 21 de junho, que unifique as campanhas salariais em curso, apóie a luta da GM e da Volks contra as demissões, e divulgue a campanha contra o Super Simples do governo.

Coerentes com isso, chamamos todos os ativistas do país a discutirem a importância da Frente de Esquerda que estamos formando para as eleições de outubro.
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