Durante o dia 24 de novembro, assim como na UFRGS, ocorreram as eleições para o DCE da UEM (Universidade Estadual de Maringá). A vitória da esquerda foi marcada após o imobilismo de dois anos do “O Bonde do Amor”, gestão da UNE (UJS/PCdoB) disfarçada de apartidária e apolítica.

No decorrer deste dia, os estudantes foram às urnas e rechaçaram este projeto de banalização do movimento estudantil que para este ano também trazia em seu conjunto o PT. Ao final do escrutínio, a chapa “Movimente-se UEM” foi declarada eleita com a ampla maioria dos votos, 61% (1517 votos) contra apenas 27% (643) para a chapa “Bonde do Amor – Por mais alteração” (PCdoB/PT) e seus membros e apoiadores seguiram com palavras de ordem como: “Nas ruas, nas praças! Quem disse que sumiu? Aqui está presente o movimento estudantil!

A “Movimente-se UEM” foi construída por militantes e ativistas de diversos segmentos da esquerda, incluindo a ANEL, e apresentou-se aos estudantes como uma alternativa combativa frente aos problemas de acesso e permanência na universidade. Também incorporou propostas de lutas políticas frente aos ataques que virão acontecer durante o próximo governo do estado (Beto Richa-PSDB) que mesmo antes de assumir já anuncia cortes de verbas para a educação.

Essa vitória demonstra que Movimento Estudantil de Maringá, vanguarda durante a década vigente, ressurge após dois anos, fruto do processo de reorganização. Os estudantes que passaram pela UEM devem lembrar com orgulho da greve de seis meses das instituições de ensino superior estaduais paranaenses em 2001, da luta contra o fechamento dos cursos criados em 2002, da ocupação do restaurante universitário contra o aumento de preço (2004), da ocupação de reitoria contra a reforma universitária, do aumento do espaço físico do RU e Biblioteca (2006) e de todas as lutas nacionais impulsionadas pelo Movimento Caminhando, como a participação na fundação da CONLUTE e ANEL. Agora, uma nova página é virada e que será escrita pelos lutadores da UEM.

Contudo, apesar de divergências internas com alguns setores que compõem a chapa, e de uma pressão, da qual não concordamos, que leve a um funcionamento do Diretório aos moldes de uma “auto-gestão”, temos uma síntese comum que fortalece nossa unidade na ação para o próximo período: Queremos um movimento forte, construído pelos estudantes, que impulsione as lutas estudantis e que traga conquistas no que tange a qualidade da educação brasileira. Seguiremos nos enfrentando quando for necessário, seguiremos construindo a ANEL e deixando em aberto o convite a que venham construí-la, fazendo suas discussões na base estudantil e nas assembléias de gestão. Porém não abandonaremos a unidade constituída neste processo.