Desde a eleição de Lula, a esquerda petista vem abandonando a defesa de um bloco de esquerda, de luta e socialista na UNE, em troca do pragmatismo das alianças com a direita para ganhar a entidade. No Congresso da União Catarinense dos Estudantes, optou por uma chapa com PPS, MR-8 e PFL, o que levou à vitória deste “novo campo”, com o PFL na tesouraria, e que vai levar a entidade a mais paralisia e burocratização.
Na UEE-SP a história quase se repete. Durante todo o congresso, a esquerda do PT tentou construir uma “aliança ampla”, que permitisse a vitória sobre a UJS. Aliou-se à Articulação, que assina embaixo de toda a política econômica e das reformas do governo, e fez um acordo com o MR-8, representante do quercismo e cujos militantes atuam como gângsters no movimento estudantil. Como se não bastasse, tentou até o último minuto uma aliança com o PPS, que acabou fechando com a UJS em troca de cargos e aparato. Os aliados que os companheiros estão procurando se vendem a quem oferece mais.
Para evitar críticas a esta aliança tão “eclética”, para dizer o mínimo, os companheiros escolheram ficar fora do congresso, sem participar dos grupos de discussão.
“Nós da tese Ruptura batalhamos durante o congresso para garantir uma unidade da esquerda, em base a um programa comum, mas infelizmente o que vem predominando na maioria das correntes petistas é o pragmatismo do vale tudo. Sabemos que essa lógica se mantém para o congresso da UNE, mas vamos continuar dando a batalha por uma nova direção, com aqueles que estão dispostos a lutar contra uma UNE governista e as alianças com a direita”, concluiu Sérgio Augusto, diretor de pagas da UEE.
Post author Hermano Rocha de Melo,
primeiro-secretário da UNE
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