O tão difundindo crescimento do PIB pode ser resumido ao fantástico incremento dos lucros de empresários, banqueiros e latifundiários do agronegócio.

O caso dos banqueiros é escandaloso. Segundo um levantamento do jornal Folha de S.Paulo, o lucro dos 20 maiores bancos no 1° semestre foi de R$ 7,6 bilhões, mais de R$ 15 bilhões projetados até o final do ano. O lucro do Bradesco foi 21,7% superior a 2003, o do Itaú foi 22,4% e o Unibanco de 18,3%. Ainda de acordo com a Folha, nos últimos 10 anos, graças às políticas neoliberais de FHC, mantidas por Lula, os dez maiores bancos instalados no país lucraram mais de 1.000%.

No primeiro semestre deste ano, o agronegócio brasileiro obteve US$ 18,5 bilhões em receitas de exportação, 31,2 % a mais do que foi registrado no mesmo período em 2003.

O lucro dessa turma foi proporcionado, naturalmente, por uma atroz exploração dos trabalhadores. Diante de um enorme número de desempregados, os empresários fazem chantagens para reduzir salários e aumentar as jornadas de trabalho daqueles que ainda estão empregados. O lucro astronômico dos banqueiros foi proporcionado pela restrição a créditos, crescimentos das cobranças de tarifas e, especialmente, com o aumento do desemprego entre os bancários aliado aos reajustes salariais que sempre ficaram muito abaixo da inflação.

Entre os meses de maio e abril deste ano, o total das horas trabalhadas da jornada média semanal subiu de 43 para 44 horas, sendo que a proporção de trabalhadores com jornada superior a 44 horas semanais aumentou de 40,1% para 46,3% (dados do Dieese).

Isso mostra como as grandes empresas lucram com o crescimento. Mas, e os trabalhadores? O trabalhador poderia se beneficiar do crescimento econômico com uma mudança qualitativa na situação do desemprego, com aumentos salariais e na ampliação dos serviços sociais como Saúde e Educação. É isto que o governo, com sua propaganda, afirma que vai mudar. E é isso que nós afirmamos que não vai acontecer. Vamos ver estes temas, um a um.
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