Frente às acusações públicas que o professor James Petras fez em dezembro de 2007 contra o PSTU do Brasil e dirigentes sindicais venezuelanos, como Orlando Chirino, numerosos dirigentes sindicais sociais e estudantis, assim como intelectuais espanhóis, emEm 4 de dezembro de 2007, em declarações à Rádio Centenário CX36 do Uruguai, o professor James Petras afirmou que o PSTU do Brasil trabalha na Venezuela junto com “os estudantes financiados pelo imperialismo”. Depois agregou: “temos documentos da agência de ajuda internacional em que reconhecem dar 213 mil dólares aos estudantes treinados nos Estados Unidos que voltam e semeiam a luta nas ruas, etc. Com esta gente trabalham os trotskistas, os setores aliados ao PSTU”.

Estas acusações foram corroboradas pelo professor Petras e difundidas em diversos meios alternativos. O professor Petras não apresentou até esta data a menor prova que sustente sua acusação ao PSTU ou a dirigentes operários como Orlando Chirino de serem “contra-revolucionários” e de trabalhar junto com gente paga pela CIA.

Diante desses fatos, os abaixo assinados queremos declarar:

1) Que no marco comum de nosso repúdio ao imperialismo (norte-americano, espanhol, europeu), nosso desejo de ver triunfar a revolução socialista e nosso apoio completo aos trabalhadores e ao povo venezuelano temos tido e temos entre nós opiniões diferentes (e opostas em alguns casos) sobre o processo revolucionário na Venezuela e sobre seu presidente Hugo Chávez. No entanto, as acusações do professor Petras excedem, explicitamente, o marco do debate político normal entre as organizações e personalidades de esquerda, por mais duro que este seja, para entrar diretamente no método difamatório e desleal de buscar destruir a quem opina diferente, questionando sua integridade moral e sua honestidade como lutadores, através de amálgamas e calúnias.

2) No caso concreto de quem se encontra na Venezuela, estas acusações podem, além disso, servir de justificativa para os ataques políticos que já estão recebendo Orlando Chirino e outros dirigentes operários e se transforme em ataques mais graves ou em ações repressivas contra esses companheiros.

Por isso, os abaixo assinados, independentemente de nossa posição perante o processo venezuelano, rechaçamos essas acusações de Petras assim como rechaçamos esta metodologia de calúnias e ataques difamatórios aos dirigentes operários da esquerda venezuelana.

Espanha, janeiro de 2008

PRIMEIRAS ASSINATURAS:
Angel Luis Parras – membro da Coordenação Estadual da Corriente Roja

Josep Bel – delegado sindical da Telefonica, membro da Coordenação Estadual das Comissões de Base (Co.bas)

Saturnino Mercader – presidente do Comitê de Empresa de Transportes Metropolitanos de Barcelona (TMB)

Jesus Gago – militou na Plataforma Bolivariana de Madri

Carlos Taibo – professor da Universidade Autônoma de Madri (UAM)

Joseba Izaga Urrutia – delegado sindical no governo Vasco-Eusko Jaurlaritza

Juan Manuel Fernandez de Cuevas Sadornil – membro da Coordenação Estadual das Comissões de Base (Co.bas)

Luis Blanco – delegado sindical da Intersindical Alternativa da Catalunha (IAC)

Rosa Torres – presidente do Comitê de Empresa da UPS-Madri

Narcisa Pijal – presidente da Associação de Trabalhadores Imigrantes na Espana (ATRAIE)

Roberto Laxe – membro da Corrente Vermella (Galícia) e membro da Coordenação Estadual da Corriente Roja

Juan Ignacio Orengo – presidente do Comitê de Empresa da Magpuarsa MP Componentes Mecânicos (Sevilha)

Enrique Ojeda – membro da Comissão Intersetorial da Co.bas (Madri)

Roman Rusticheli – membro da seção sindical da CGT de Transportes Metropolitanos de Barcelona (TMB)

Teo Navarro – membro da Coordenação da Corrent Roig

Noemi Martinez – advogada, membro da Associação Catalã de Profissionais Estrangeiros (ACPE)

Angel Carrique – membro da Coordenação Estadual da Corriente Roja (Sevilha)

Morad El Habchi – membro do Comitê de Empresa de Controlex Espana P.R.

Enrique Pirobe – membro do Comitê de Empresa da SUFI-Sacyr

Guillerma Silva – membro do Comitê de Empresa Magneti-Marelli (Barbera del Valles, Catalunha)

Francisco Castro Legaspi – membro do Comitê de Empresa da SIIA ATENTO (Sevilha)

Mustafa Bachir Mohamed – Comitê de Empresa da Controlex Espana P.R.

Felipe Alegria – membro da “Xarxa Contra els Tancaments i la Precarietat” (Catalunya)

Dulce Varas – Comitê de Empresa da El Corte Ingles
Tania Mercader – sindicalista, ex-presidente do Comitê de Empresa da Magneti Marelli

Jose Moreno Pau – membro da direção do PRT-Izquierda revolucionaria

David Perez – membro da Junta de Faculdade da Faculdade de Geografia e História, Universidade de Sevilha

Antonio Rodriguez Carrillo – membro do Comitê de Empresa da UPS (Madrid)

Violeta Benitez – membro da Corriente Roja

Manuel Martinez Guijarro – membro do Comitê de Empresa da Controlex Espana P.R.

Mariona Alberich – membro da Assembléia Estudantil da IES Escola Industrial (Sabadell-Catalunha)

Roberto Cadierno – delegado da seção sindical da CGT da ATENTO (Sevilha)

Monica Simoes – membro do Comitê de Empresa da SITEL (Sevilha)

Aida Jonama – membro da Assembléia Estudantil da IES Valles (Sabadell-Catalunha)

Antonio Chacon – membro da Coordenação da Corrent Roig (Catalunha)

Juan Carlos Naranjo – Comitê de Empresa da Controlex Espana P.R.

Cibeli Luz – membro da Assembléia de Psicologia da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB)

Nuria Campanera – membro do Movimento de Assembléias Estudantis (MAES-Catalunha)

Gerard Sanchez – delegado de primeiro curso de Engenharia de Telecomunicações da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC)