Os trabalhadores da Espanha deram sua resposta aos planos de austeridade do governo de Mariano Rajoy, do PP (direita). No último dia 29 de março, uma greve geral ganhou a adesão de milhares de trabalhadores e jovens.

E motivos não faltam para isso. O governo promoveu um corte de 35 bilhões de euros do orçamento de 2012. Além disso, promoveu a elevação do imposto das pessoas físicas. Também congelou o salário mínimo e dos funcionários públicos, e tenta implementar uma reforma trabalhista que facilita as demissões reduzindo a indenização ao trabalhador.

De acordo com as centrais sindicais que convocaram a greve, CCOO (Comisiones Obreras) e UGT, aderiram à greve 77% dos trabalhadores. Em mais de uma centena de cidades a população foi às ruas para protestar: 900 mil só em Madrid, num total de 10,4 milhões, segundo as centrais.

Nos setores do transporte, indústria, construção, agricultura e pecuária a adesão teria superado, segundo as centrais, os 95%; nos setores dos serviços, a adesão teria sido de 70%. O setor com maior adesão à greve foi a indústria e a construção, com um apoio de 97%.

Em Barcelona, onde ocorreu outra gigantesca manifestação, houve confrontos entre manifestantes e a polícia, com dezenas de detidos. Na Galícia e Andaluzia as manifestações também foram de centenas de milhares.

Por outro lado, mais uma vez ficou clara a tentativa das direções das centrais sindicais majoritárias buscar uma saída negociada ao invés de ampliar a luta e chamar uma greve geral por tempo indeterminado para derrotar os ataques do governo. “Não podem arruinar de uma só penada 30 anos de diálogo social”, lamentou o secretário-geral da CCOO, Ignacio Fernández Toxo.

Perante a intransigência do governo e da disposição de luta dos trabalhadores, os dirigentes sindicais não tiveram outra alternativa senão chamar a greve. Um novo prazo foi dado ao governo. Se até o dia 1º de maio não houver negociações, as centrais prometem chamar uma nova greve geral.

“O 1º de maio deve ser uma verdadeira jornada nacional de luta, com manifestações massivas. É preciso exigir de todas as organizações sindicais, desde os comités de empresa e assembleias uma nova greve geral de 48 horas. É preciso também pedir das organizações sindicais de toda a Europa (…) que convoque uma greve geral europeia porque em todo o continente os trabalhadores enfrentam os mesmos planos de cortes e em todos os lugares lutam contra eles como mostram as greves gerais de Portugal, Grécia, Bélgica e, agora, Itália”, afirma um manifesto da Corriente Roja.

*Informações com MAS-Portugal

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