Na Espanha, os trabalhadores mostraram ser possível uma forte greve geral, apesar das oscilações e contínuas vacilações das principais centrais sindicais: CC.OO. (Comisiones Obreras) e UGT (Unión General de Trabajadores), que sempre apoiaram o primeiro-ministro Zapatero.

A greve do dia 29 de setembro foi produto da pressão da base, enfurecida com a reforma trabalhista que facilita as demissões (já aprovada pelo governo) e o anúncio de um ataque à previdência.

Dez milhões de trabalhadores cruzaram os braços, sobretudo no setor industrial. As principais fábricas de automóveis foram fechadas, enquanto na indústria da Catalunha (região de Barcelona) foi registrado um pico de adesão de quase 100%. Em todo o país, entraram em greve 65% dos trabalhadores da energia, 92% dos agentes de limpeza, 56% dos professores e 79% dos trabalhadores do correio. Além disso, 100 mil saíram às ruas em Madri, 75 mil em Barcelona e 30 mil em Valência. Houve reação da polícia, que atacou violentamente os manifestantes.

As cúpulas dos sindicatos, que sempre consideraram o governo de Zapatero um “aliado”, tentaram impedir um choque frontal dos manifestantes com o primeiro-ministro, solicitando a discussão da reforma na mesa de negociação.
Os trabalhadores já mostraram disposição de lutas, por isso, é preciso marcar uma nova greve geral no país.

Uma carta dirigida às centrais sindicais, assinada por representantes da Coordenadora Sindical de Madrid, S.F.- Intersindical, Co.bas e Movimiento Asembleario de Trabajadores de la Sanidad, exige uma nova paralisação.

“Nós coincidimos na necessidade de impulsionar mais mobilizações a partir do sindicalismo de classe, até derrotar a reforma trabalhista, parar a reforma da previdência e fazer retroceder os planos de ajuste aplicados pelo governo social-liberal do PSOE, impostos a partir da União Europeia e que também estão sendo contestados em outros países. Além da continuidade das mobilizações em cada país, é necessária e possível a convocação de uma greve geral em toda a Europa. De fato, poderíamos convocar juntos uma jornada de luta e mobilização no dia 24 de novembro, coincidindo com a greve em Portugal”, diz um trecho da carta.

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