s americanos inteligentes e que têm para onde ir, estão se mandando do reino de Bush, onde o clima econômico, político e social está cada vez mais carregado. “A América está terrível”, declarou na semana passada o ator Tom Cruise, que foi com seus filhos para a Austrália.

Entretanto, para mentes mais grosseiras, os Estados Unidos ainda representam o modelo perfeito a ser seguido. É o caso do sr. Otto Reich, um exilado cubano de Miami, um barra pesada, que agora é o funcionário de mais alto escalão do governo dos Estados Unidos para assuntos da América Latina. Em Buenos Aires, recentemente, ele resolveu discorrer sobre a causa e o remédio para a crise econômica da Argentina: “Otto Reich, principal diplomata dos Estados Unidos para as Américas, comentou que a Argentina deixou a corrupção minar sua economia e defendeu o que chamou de ‘verdadeiro capitalismo’. ‘Não deveriam tomar o exemplo da Argentina como um indicador de fracasso de um modelo em particular’, comentou Reich a um grupo de jornalistas. ‘Isso não era capitalismo verdadeiro. Isso foi distorcido pelo que se chama de ‘capitalismo cúmplice’ e talvez pelo desvio de fontes para utilização imprópria.” (Bloomberg, 12/07/02).

Para aproveitar melhor os ensinamentos do sr. Reich, podemos nos transportar imediatamente para o seu modelo de retidão moral e verificar in loco como é um “verdadeiro capitalismo”. Vejamos então como as coisas se passam, neste momento, nos Estados Unidos da América, e como neste reino encantado do sr.Reich eles conseguem se imunizar de distorções como aquelas que atingiram a Argentina.

(*) José Martins é economista e publica seus artigos na Crítica Semanal da Economia, publicação do 13 de Maio – Núcleo de Educação Popular
Post author José Martins*
Especial para o Opinião Socialista
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