Redação

Suspensão das investigações contra Queiroz pelo STF mostra que tem muita sujeira por debaixo do tapete

O deputado do Rio e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) pediu, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, acatou, um pedido para suspender a investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre as movimentações financeiras do ex-assessor do político, Fabricio Queiroz.

Além da suspensão das investigações, o filho do presidente Jair Bolsonaro pediu a anulação das provas conseguidas até agora via Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Flávio Bolsonaro utilizou como argumento o fato de ter sido diplomado senador em dezembro com direito, portanto, a foro privilegiado, algo que a família Bolsonaro sempre atacou.

E o momento parece não ter sido coincidência. Na segunda-feira, o procurador da Justiça do Rio disse que Queiroz poderia ser denunciado mesmo tendo fugido dos depoimentos no inquérito que investiga as movimentações de 1,2 milhão em suas contas entre 2016 e 2017. Entre as movimentações estranhas, está o depósito de R$ 24 mil do então assessor à mulher de Jair Bolsonaro.

A cara de pau é tanta que Flávio Bolsonaro, para justificar não ter ido prestar depoimento ao MP-RJ, argumentou que não era investigado. Em entrevistas, havia dito que não era responsável pelo que o ex-assessor fazia da porta para fora do gabinete. E agora, pede a suspensão da investigação da qual, repetia, nada tinha que ver. E o mais incrível é que o STF aceita. A decisão liminar (temporária) vale até fevereiro quando o tribunal volta do recesso e o caso é decidido pelo relator, ministro Marco Aurélio.

Rabo preso
A suspensão das investigações contra Queiroz a pedido do filho do presidente é um verdadeiro escândalo e revela que, ao contrário do que vinha afirmando o clã Bolsonaro, tem muita coisa para ser revelada aí. Queiroz, sua família e Flávio já espezinhavam na cara da Justiça ao se recusarem a prestar depoimento. Após faltar a 4 depoimentos, o ex-motorista chegou a protagonizar uma “dancinha” no hospital Albert Einstein em que estava “internado” como desculpa para não dar contas do caso.

A notícia mostra, sobretudo, a hipocrisia desse governo que assumiu com o discurso de “combate à corrupção”, e que vem se mostrando tão ou mais corrupto que os governos anteriores do PT, MDB, PSDB, etc. E a subserviência da Justiça e do STF a essa lama toda.