Enquanto a epidemia se alastra na mesma proporção da irresponsabilidade dos governos, os moradores do Rio sofrem com a falta de atendimento nos hospitais públicos. Enfermagens estão lotadas e filas de espera são longas. A epidemia só aprofundou a crise do sistema de saúde pública do estado.

A falta de atendimento tem sido apontada como um dos fatores de aumento do número de mortes causadas pela epidemia. Até mesmo o global dr. Dráuzio Varela, chegou a declarar que absurdo maior do que a epidemia em si são as pessoas morrerem em função da doença. “Pelo amor de Deus, é só atendimento médico! Isso quer dizer que brasileiros morrem por falta de atendimento médico”, disse.

Quem mais sofre com a doença é a população mais pobre da cidade. A cada cinco mortos na capital, quatro ocorreram em bairros cujo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano, utilizado para medir o estado de pobreza) está abaixo da média do Rio.
Muitos enfrentam um verdadeiro martírio para obter acesso a algum tipo de tratamento. O tempo de espera por uma consulta no Hospital Albert
Schweitzer, por exemplo, é de mais de três horas.

Segundo uma reportagem do jornal “O Dia”, a ajudante de cozinha Monique Basílio, precisou faltar ao trabalho para levar a filha de 10 meses ao Hospital Salgado Filho. Ela chegou à unidade às 9h. Até às 14h, o bebê não tinha sido atendido. “Isto não pode acontecer. Estamos vivendo uma epidemia de dengue e pessoas morrendo. É preciso fazer algo logo”, disse.

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