Zé Maria de Almeida, da Coordenação Nacional da Conlutas
Kit Gaion

A poucos dias do 1º Congresso da Conlutas, a preparação nos estados segue a todo vapor e já vai entrando na reta final. Os primeiros números mostram que esse congresso será um marco na história da luta dos trabalhadores no país. São 770 delegações de todaO Opinião Socialista conversou com José Maria de Almeida, o Zé Maria, da Coordenação Nacional da Conlutas. Ele falou sobre a preparação para o congresso e os próximos desafios na construção de uma alternativa de luta para a classe trabalhadora.

Opinião Socialista – Qual é o quadro geral da preparação do Congresso da Conlutas?
Zé Maria
– O congresso deve ter algo entre 4 mil e 4.500 delegados, além de 500 observadores. Será o maior congresso de trabalhadores em 20 anos, desde o congresso da CUT em 1988. É um congresso em que participarão trabalhadores e jovens do país inteiro, que discutirão a situação nacional e internacional. Esse evento vai preparar a militância num plano comum para as lutas que se desenvolverão nesse segundo semestre, como as campanhas salariais de diversas categorias. Preparar também para a luta contra a defasagem salarial e a inflação, que têm corroído os salários dos trabalhadores. Enfim, será um grande congresso e um momento muito importante na reorganização da classe trabalhadora.

Quais são os principais desafios do congresso?
ZM
– Em primeiro lugar, vai ser um momento importante no processo de fortalecimento da Conlutas como pólo aglutinador de forças. Também vai fazer avançar a proposta de unificação com todos os setores de luta numa única alternativa. Para isso, a Coordenação Nacional da Conlutas vai levar ao congresso uma proposta de resolução que abre o debate sobre formar uma plataforma política comum para a unificação com a Intersindical, como um esforço para constituir uma organização unitária de luta. Esses serão os principais debates e desafios que estarão colocados no congresso: o fortalecimento da Conlutas e a necessidade de fazer avançar a unificação dos setores combativos e superar a fragmentação dos setores que se colocam no campo da luta dos trabalhadores.

Fale um pouco sobre o Elac.
ZM
– Vai ser, com certeza, um encontro histórico, reunindo representantes de mais de uma dezena de países na solidariedade internacional da luta dos trabalhadores. É também parte da perspectiva de organização que tem a Conlutas, ou seja, independente, democrática e internacionalista.

Recentemente, a direção do MTL anunciou que está rompendo com a Conlutas. Como isso vai se refletir?
ZM
– Esse é um fato lamentável que não ajuda no processo de reorganização dos trabalhadores. É evidente que isso vai atrapalhar de certa forma o congresso, já que esse setor é responsável por 5% a 7% dos delegados eleitos. Porém esperamos que os companheiros reflitam e voltem atrás. É importante também destacar que todos os setores do PSOL que vinham construindo a Conlutas continuam firmes, inclusive na preparação do congresso.
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