Encontro da Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes
Sexta, 28 de janeiro, 14h
Local: Ginásio Camisa 10

Mais de 1.000 estudantes participaram do Encontro da Conlute. Debatendo os pontos da reforma Universitária, eles discutiram o caráter privatista do projeto e denunciaram a ofensiva de mídia do governo, com propagandas mentirosas, onde celebridades e artistas apóiam a reforma e afirmam que ela beneficiará jovens carentes e pobres, que hoje não têm acesso à universidade.

Uma das discussões mais importantes foi a sobre a Lei Orgânica que o governo pretende aprovar este ano no Congresso Nacional e que será o principal alvo das manifestações. Para organizá-las, os estudantes irão promover um Encontro para derrotar a reforma Universitária.

Romper com a UNE e construir uma nova organização
A principal decisão do Encontro foi a que inicia a ruptura com a União Nacional dos Estudantes (UNE). De acordo com a resolução, a Conlute vai abrir imediatamente um amplo debate na base do movimento estudantil, discutindo com os centros acadêmicos, DCEs e executivas de cursos, “defendendo a necessidade de romper com a UNE, que deixou de ser um instrumento para organizar a luta e representar os estudantes, e a construção de uma nova entidade estudantil independente dos governos e partidos. (…) Onde o debate estiver amadurecido, esta posição deve ser votada em cada assembléia, congresso e entidade de base”.

A iniciativa da Executiva Nacional de Comunicação Social (Enecos), que aprovou uma resolução de ruptura com a UNE, foi saudada como um exemplo a ser seguido.
Após a defesa da proposta, Julia Eberhardt, José Erinaldo Júnior (da direção da UNE pela oposição) e Diego Amado (diretor da Ubes pela oposição) queimaram suas carteirinhas como um símbolo da entrega dos seus cargos nas entidades. Aprovada a resolução, os estudantes presentes entoaram palavras-de-ordem como: “Sou Conlute, sigo adiante, romper com a UNE inimiga do estudante”.

Os participantes do Encontro aprovaram também um calendário de lutas para organizar a campanha contra a reforma Universitária.

“Agora é avançar no calendário nacional que possa fortalecer efetivamente a Conlute, como alternativa à UNE, que lamentavelmente está junto ao governo implementando as reformas”, declarou Gibran Ramos Jordão, da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Lutas gerais
O encontro não só afirmou a Conlute como uma alternativa à UNE para organizar as lutas do movimento estudantil, como também aprovou sua incorporação em todas as lutas contra o imperialismo – como a contra a agressão imperialista ao Iraque, a contra a Alca e a dívida externa, além da unidade com trabalhadores contra o governo Lula e suas reformas neoliberais.

Segundo Julia Eberhardt, “não é possível garantir educação pública sem romper com o FMI e barrar a Alca no país”. Por isso, “diante do abandono pela UNE das bandeiras históricas do movimento, a Conlute deve abraçar as bandeiras de lutas contra o imperialismo.” Julia ainda afirmou que a partir desse encontro, “a Conlute vai buscar unificar a luta dos estudantes com a Conlutas, contra as reformas Sindical Universitária e Trabalhista do governo. Participaremos do seu Encontro Nacional, para buscar essa unificação e vamos debater juntos os temas sobre a reorganização do movimento sindical”.

O encontro decidiu ainda pela unificação com os estudantes secundaristas, que lutam contra os aumentos de passagens e pelo passe-livre, e aprovou diversas iniciativas para combater todas as formas de opressão, como o racismo, o machismo e a homofobia, garantindo esse debate em todas as entidades da coordenação.

VEJA O CALENDÁRIO APROVADO

Início do semestre: Calouradas com debates sobre a reforma Universitária e o governismo da UNE.

8 de Março (Dia Internacional da Mulher): Manifestação alternativa com a Conlutas.

19 e 20 de Março: Jornada Internacional de Mobilização Contra a Guerra do Iraque.

28 de Março: Jornada de Lutas alternativa à da UNE/Ubes.

Abril ou Maio: Semana nacional de mobilizações. Manifestações com a Conlutas contra as reformas neoliberais, incorporando temas como Alca e Dívida.

Junho: Boicote ao Enade

Início do segundo semestre: Grande marcha a Brasília, com a Conlutas, contra as reformas.

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