Encontro em Porto Alegre
Filipe Caldeira

O 2º Encontro Estadual da CONLUTAS-RS, ocorrido em Porto Alegre, em 19 de novembro, foi um passo importante na consolidação da Coordenação. Com 213 inscritos, estavam representadas 13 entidades sindicais, 10 núcleos do sindicato dos trabalhadores em educação, 7 oposições, 4 entidades estudantis (entre elas a União Municipal de Estudantes Secundaristas de Santa Cruz) e uma oposição de associação de moradores. Antes da abertura dos trabalhos, partidos e organizações presentes – PSTU, P-SOL e Coletivo Luís Carlos Prestes – saudaram a realização do encontro.

A mesa sobre situação nacional foi composta pela companheira Vera Guasso, diretora do SINDPPD-RS, Clóvis Oliveira e Neida de Oliveira, da Oposição Unificada para mudar o CPERS. Clóvis, no seu informe, destacou a importância das lutas na América Latina contra o imperialismo, expressas no atos contra Bush, e a resistência iraquiana. A professora Neida afirmou que a CUT e o PT faliram, mas que o processo ainda está cheio de contradições e há que se ter cuidado com o ritmo. Vera Guasso, do PSTU, localizou que a experiência com o governo Lula tem levado a experiência com a própria democracia dos ricos e mostrado que é necessário construir uma alternativa de classe por fora do regime. Para Vera, “a construção da Conlutas é urgente e necessária, deve acontecer desde já. A prova disso é a presença, aqui, de setores que há pouco se colocavam contra a ruptura com a CUT.” Depois das apresentações, se inscreveram 24 pessoas para falar. Foi um debate com diferenças, mas todos com o objetivo de encontrar o melhor caminho para que a classe trabalhadora possa retomar a mobilização e avançar numa saída classista e socialista.

Ampla participação nos debates sobre a Conlutas
Os grupos de discussão, na parte da tarde, possibilitaram uma participação efetiva. O debate se deu com base ao texto da Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais e de contribuições do CEDS (Centro de Estudos e Debates Socialistas) e um texto de servidores do Judiciário estadual. Foi debatida a concepção da entidade que queremos, os princípios, o programa e a proposta de funcionamento após o Conat.

Um grande avanço foi a discussão sobre a sustentação financeira da Conlutas. A coordenação deve manter sua independência, não aceitando dinheiro de empresários e de governos. Ficou resolvido que será feita uma profunda discussão sobre a contribuição das entidades que já aderiram a Conlutas. As entidades que ainda não aderiram mas que forem participar do Conat deverão decidir uma forma de contribuir para financiar a presença de todos (as) no congresso.

Discutiu-se, ainda, a organização dos setores mais explorados da classe trabalhadora: os oprimidos – mulheres, negros e homossexuais. O combate à opressão é parte indissociável da luta pela libertação plena dos trabalhadores e da juventude.

Agora é rumo ao Conat!
O mais importante desse encontro foi o comprometimento dos presentes em construir uma alternativa classista e combativa, que tenha como meta a mobilização de milhões de trabalhadores, para arrancar as conquistas que necessitamos. Para isso, construir com força o Conat desde já, garantindo, política e financeiramente, o maior número de delegados e delegadas ao encontro, é fundamental. Esse deve ser o próximo e decisivo passo. Pelas entidades e oposições presentes, a delegação do estado ao Conat pode chegar a 300 representantes.

P-SOL participa, mas segue sem assumir a Conlutas
A corrente majoritária do P-SOL no Rio Grande do Sul, o Movimento Esquerda Socialista (MES), de Luciana Genro, participou com uma pequena delegação, formada por militantes no serviço público estadual. Participaram do debate pela manhã, mas à tarde não estiveram presentes nos grupos. Outros companheiros e companheiras do P-SOL participaram ativamente do conjunto dos debates.

Foi questionada a ausência do DCE da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, dirigido pela juventude do P-SOL, que prefere manter boas relações com a diretoria da UNE do que participar da Conlute e da Conlutas.

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