Realizar um encontro nacional no início do próximo ano com sindicalistas e ativistas de esquerda de todo o país para discutir e organizar a mobilização contra as reformas trabalhista e sindical do governo Lula. Este foi o principal encaminhamento da plenária sobre as reformas realizada na tenda do PSTU, na manhã deste sábado, dia 8 de novembro.

Cerca de 450 pessoas participaram da plenária, que foi coordenada pelo dirigente estadual da CUT Dirceu Travesso e teve como palestrantes o diretor do Andes, Antônio Luiz Tato, o dirigente da Unafisco Iranilson e o presidente do PSTU e dirigente nacional da CUT Zé Maria.

Mais do que debater as propostas de reforma que já foram ventiladas pelo governo e pelo Fórum Nacional do Trabalho, o objetivo do encontro foi apontar iniciativas concretas da luta para barrar os ataques que estão por vir. Assim, além do encontro nacional, foi definida a criação de um grupo de trabalho que irá, entre outras tarefas, preparar o encontro e a confecção de materiais.

Fórum Nacional do Trabalho: mais um engodo do governo

O consenso entre os palestrantes é o entendimento de que o que se prepara sobre as reformas trabalhista e sindical é o mesmo processo da reforma da Previdência. Ou seja, um jogo de cena, através da criação do Fórum Nacional do Trabalho, onde se prepara um falso consenso, para depois se impor sua política “destruidora de direitos”, como disse Tato.

“Antes do governo Lula, dizíamos que nas comissões tripartites perdíamos de 2×0, do governo e dos patrões. Hoje, infelizmente temos de constatar que agora perdemos de 3×0, pois aqueles que supostamente estão lá para nos defender, estão ao lado do governo e dos patrões”, disse Tato.

O atrelamento da CUT ao governo Lula ficou, mais uma vez, claro para o movimento, quando Zé Maria informou que a caracterização da cúpula da central é de que na discussão sobre as reformas dentro do Fórum, “o único aliado dos trabalhadores seria o governo Lula”!

Portanto, já está claro que a CUT será um obstáculo à mobilização e luta dos trabalhadores contra esta reforma que, como também foi dito, é uma exigência da Alca. Sob a direção sindical governista, a CUT fará o que fez na reforma da Previdência, levando os trabalhadores à derrota com a retirada de seus direitos.

A manobra que já foi acertada entre centrais, patrões e governo de aprovar primeiro a reforma sindical, com a legalização das centrais e delegação de poder de negociação e contratação centralizada, para depois fazer a reforma trabalhista também foi comentada.

“ O objetivo é fazer concessões à cúpula sindical para abrir espaço à entrega dos direitos da classe trabalhadora”, afirmou Zé Maria.