George Bezerra, de Fortaleza (CE)

No dia 3 de dezembro, a Conlutas-Ceará realizou seu encontro estadual, com mais de 50 inscritos. O encontro representou um passo importante para o fortalecimento da Conlutas no estado.

Do interior, vieram o sindicato dos Servidores de Juazeiro do Norte, o Sindicato dos Docentes da Universidade Regional do Cariri e um representante do Sindicato dos Servidores de Limoeiro do Norte. Da capital, marcaram presença o Sindicato dos Gráficos, a Associação dos Trabalhadores do Cefet-Ce, o Sindicato dos Trabalhadores da Justiça Eleitoral, a Associação dos Trabalhadores do IBGE-Ce, o Sindicato dos Servidores de Fortaleza e o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, que trouxe 30 trabalhadores de base.

As oposições sindicais marcaram presença, como a dos rodoviários, da confecção feminina, dos Correios, dos bancários e dos professores municipais. O movimento estudantil foi representado pelo Grêmio do Colégio Figueredo Correia, os Centro Acadêmicos de Geografia e História da Universidade Federal do Ceará e pela Federação de Estudantes de Agronomia do Brasil – Regional 5. Representantes do PSTU, PCB, P-SOL, LBI e POR também estiveram no encontro.

Debates marcam o encontro
O auditório do Cefet foi palco de intensas discussões. Pela manhã, o debate de conjuntura analisou o processo de ruptura dos trabalhadores com o governo Lula e a CUT , tal como a necessidade de afirmar a Conlutas como um pólo de atração para aqueles que estão rompendo com os traidores. Raimundão, operário da construção civil e militante do PSTU, sintetizou bem esse primeiro momento: “A construção da Conlutas é coisa séria! Neste ano tivemos várias greves e, em todas elas, havia uma disposição de luta muito grande na base. No entanto, onde as direções eram ligadas à CUT, a luta não evoluiu, desembocando em vitórias menores e até mesmo derrotas. Por isso, a vitória dos trabalhadores está ligada ao fortalecimento de um novo ponto de apoio para as suas lutas. Esse ponto de apoio chama-se Conlutas!”.

À tarde, as participantes debateram a concepção de entidade que a Conlutas deve seguir. Zé Augusto, presidente do Sindicato dos Gráficos, ressaltou que “estamos aqui porque rompemos com a CUT e não aceitamos o sindicalismo chapa branca dessa central. Precisamos ter a preocupação da Conlutas não se transformar numa nova CUT e uma das coisas fundamentais é a independência de classe e autonomia frente a qualquer governo e aos partidos políticos”.

Fábio José, professor da URCA (Universidade Regional do Cariri) e da direção do PSTU no estado, ressaltou que: “Para a nova entidade que estamos criando não cometer desvio de rota, o mais importante é definir o seu programa. O centro do programa da Conlutas deve ser a luta contra a recolonização imperialista e pelas necessidades imediatas dos trabalhadores. Além disso, a Conlutas deve ser um instrumento que lute por uma sociedade socialista”. Zé Batista, também da construção civil, reafirmou a necessidade da luta contra a burocratização: “Precisamos combater a burocratização dos sindicalistas. A base das categorias deve controlar suas direções. Por isso, a construção da Conlutas deve acontecer pela base”.

Durante os encaminhamentos, foi deliberado que todas as contribuições seriam mandadas para a Coordenação Nacional. Também foi aprovada a elaboração de uma carta aberta para ser trabalhada no movimento sindical do estado e a elaboração de um plano de ação que garanta o envio de delegados para o Conat, já que é possível levar entre 3 e 5 ônibus para o Congresso.

O encontro aprovou ainda uma moção contra a privatização do Banco Estadual do Ceará (BEC) e outra de solidariedade à luta dos rodoviários de Macapá, que estão sendo ameaçados de morte.

Post author George Bezerra,de Fortaleza (CE)
Publication Date