Erinaldo Júnior, Julia Eberhardt e Diego Amado queimam carteiras da UNE e da Ubes
Marta Zerbazzi

O Encontro da Coordenação Nacional de Lutas dos Estudantes aprovou uma resolução de ruptura com a União Nacional dos Estudantes (UNE), mas vai promover esse debate com os CAs, DCEs e executivas nacionais de curso em todo o país. De acordo com a resolução, a Conlute vai abrir imediatamente um amplo debate na base do movimento estudantil, ‘defendendo a necessidade de romper com a UNE, que deixou de ser um instrumento para organizar a luta e representar os estudantes, e a construção de uma nova entidade estudantil independente dos governos e partidos. (…) Onde o debate estiver amadurecido, esta posição deve ser votada em cada assembléia, congresso e entidade de base’.

Após a defesa da proposta, Julia Eberhardt, José Erinaldo Junior (integrantes da direção da UNE pela oposição) e Diego Amado (membro da direção da Ubes pela oposição), queimaram suas carteirinhas como um símbolo da entrega dos seus cargos nas entidades.

Aprovada a resolução, os estudantes presentes ao Encontro entoaram palavras de ordem como: ‘Sou Conlute, sigo adiante, romper com a UNE inimiga do estudante’.

Os participantes do Encontro também aprovaram a criação de uma coordenação provisória para a Conlute.

O Encontro definiu um calendário de ação para organizar a luta contra as reformas Sindical, Trabalhista e Universitária.

Confira as atividades aprovadas:

 Início do Semestre: Calouradas com debates e discussão sobre a reforma Universitária e sobre o papel da UNE em todo o país. O objetivo é ganhar os estudantes para a luta contra a reforma e para a construção da Conlute;

 8 de Março (Dia Internacional da Mulher) – Buscar organizar uma manifestação alternativa em conjunto com a Conlutas;

 20 de Março: Dia Internacional de Mobilização contra a Guerra do Iraque;

 28 de Março: Jornada de Lutas alternativa à da UNE/Ubes, com mobilizações localizadas em algumas capitais;

 Abril/Maio: Semana Nacional de Mobilizações com Paralisação em todo o país. Manifestações conjuntas com a Conlutas, envolvendo além da Reforma Universitária, as reformas Sindical, Trabalhista e temas políticos como Alca, dívida e FMI. O objetivo é conseguir paralisar as aulas no máximo de universidades possível;

 Em Brasília, nesta mesma semana, atividade dentro do Congresso, reunindo dirigentes e ativistas do movimento estudantil e sindical (de 500 a 1000 pessoas) para criar um fato político relacionado com as reformas;

 Junho: Boicote ao Enade;

 Início do segundo semestre: Grande marcha a Brasília conjunta com a Conlutas, que coloque a luta contra as reformas num patamar superior ao atual, aumentando a pressão dos movimentos sociais sobre o governo e Congresso Nacional.