Plenária do encontro
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No final do ato do dia 17, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), Luis Carlos Prates, o Mancha, do alto do carro de som, convocou os participantes a participarem do II Encontro da Conlutas, no dia seguinte: “O esforço para ficar mais um dia aqui é grande, mas é fundamental. Neste encontro iremos discutir uma alternativa para os trabalhadores, a juventude e todos os setores do movimento popular“.

O apelo foi atendido por cerca de duas mil pessoas, que, após ter viajado dias inteiros e percorrido a Esplanada dos Ministérios, permaneceram em Brasília para o encontro. O encontro começou por volta das 10h, e no início da tarde, 1.700 pessoas já tinham se inscrito. A forte presença também reflete-se no número de entidades, com 85 sindicatos e federações, 15 oposições sindicais e 8 entidades do movimento popular, como a Coordenação de Luta do Movimento Popular (CLMP).

Além dos sindicatos e entidades, outra presença importante foi a dos militantes do P-SOL, que até então ainda não haviam se incorporado totalmente à Conlutas. Logo na abertura, foi feito um informe oficial, de que o partido, em uma plenária sindical, havia deliberado pela sua participação na construção da Conlutas. A Fenafisco, que representa os auditores do Fisco, também informou a sua adesão, aprovada em recente congresso.

`Fora Todos` X Plebiscito
O encontro começou marcado pela imensa vitória do dia anterior. Apesar do cansaço, o que predominava entre os ativistas era a satisfação por ter realizado uma marcha com 30 mil pessoas contra o governo e o Congresso. Os debates da manhã, sobre a situação nacional, avaliaram o ato e discutiram como dar continuidade aos protestos. Como disse o presidente do PSTU, Zé Maria, ao jornal Opinião Socialista: “O dia 17 não é um ponto de chegada. É um ponto de partida”. Para isso, um calendário de lutas foi aprovado, com atos nos estados e nas principais cidades. Os primeiros serão no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Belo Horizonte, na última semana de agosto.

`Atenagoras,As polêmicas que fizeram parte da marcha do dia anterior, sobre qual a saída para a crise política atual, também se manifestaram no debate. As duas posições que polarizaram o debate foram a do P-Sol, por um plebiscito que consulte sobre a revogação do mandato de Lula, e a do PSTU e de outros setores, pelo ‘Fora Todos. Fora Lula e o Congresso´. Beth Lima, militante do PSTU e coordenadora do SINDSEF-SP, foi uma das primeiras a defender o Fora Todos: “Não podemos cair no mesmo erro do PT e dizer que as eleições são resposta para os trabalhadores. Não podemos jogar a decisão para este Congresso corrupto”, afirmou. O debate sobre a saída para a crise prosseguirá, em sindicatos e assembléias em todo o país. Junto com esta indicação, foi aprovado uma resolução de consenso, sobre a conjuntura nacional.

Neste momento, o Encontro discute a organização da Conlutas, os critérios e a data para o seu primeiro congresso. A Coordenação de Luta dos Estudantes (Conlute) também está reunida, com uma plenária na Universidade de Brasília (UnB).