Estão sendo dados os primeiros passos no sentido da formação de um novo partido da classe trabalhadora no Brasil. Na Assembléia Legislativa de Santa Catarina, no dia 31 de agosto, militantes que já romperam com o PT, outros que ainda são petistas, grupos locais e militantes do PSTU formaram o Movimento de Iniciativa Socialista (MIS).
A mesa do Encontro foi formada por Ricardo Freitas (suplente de vereador pelo PT em Florianópolis), Lázaro Bregue Daniel (também suplente de vereador do PT), Fernando Pontes (professor da UFSC), Ana Aquini (professora, ex-presidente do sindicato de professores do Estado), Fábio Ricardo da Silva (militante do Movimento Negro Unificado), Cyntia Oliveira (ex-petista), Joaninha de Oliveira (suplente de vereadora pelo PSTU), Eduardo Almeida (membro da direção nacional do PSTU), José Maria de Almeida (candidato a presidente da República pelo PSTU) e Dayse Oliveira (candidata a vice-presidente pelo PSTU). Na platéia haviam cerca de 100 companheiros.
De manhã, o debate foi sobre a análise das conjunturas internacional e nacional. No marco de um acordo geral, foram ressaltadas a crise econômica internacional e a política de recolonização do imperialismo na América Latina. As lutas dos trabalhadores no continente também foram discutidas, com destaque para as mobilizações na Argentina.
Sobre a situação do Brasil, debateu-se o significado do novo acordo com FMI e o apoio dado a este pelos principais candidatos à presidente da República. Discutiu-se também a ruptura do PT com o seu passado, manifestada em fatos como a saída do plebiscito sobre a Alca e o apoio dado por Lula ao acordo com FMI.
No período da tarde, foi debatida uma proposta de programa. A mesa apresentou um esboço que foi amplamente debatido pelos presentes com inúmeras contribuições. O programa foi aprovado e foram definidas outras resoluções, como elaborar um manifesto e eleger uma coordenação provisória.

Encontro forma movimento e convoca encontro nacional

Como conclusão foi proposta a formação de um movimento, que aponte como perspectiva a fundação de um novo partido que resgate a independência de classe e a luta pelo socialismo. Por se tratar de um processo nacional, chegou-se a compreensão comum de que, para a evolução desta iniciativa, será de fundamental importância o estabelecimento de contatos com outros setores e grupos regionais.
A partir daí, foi definida a proposta da convocação de um Encontro Nacional deste Movimento, a ser realizado depois das eleições de outubro.

Um partido com ampla democracia

O Encontro também definiu alguns pontos que deveriam ser as características do partido que este movimento se propõe a construir:

+Um partido que tenha como princípio fundamental a defesa do socialismo;

+Um partido centrado nas ações diretas das massas e não nas eleições. Poderemos e deveremos utilizar a luta institucional, mas sempre como um ponto de apoio secundário para as lutas diretas das massas;

+Um partido com ampla democracia interna, com um verdadeiro debate amplo de suas posições, em que a direção respeite as decisões tomadas pela base;

+Estamos iniciando um movimento e não fundando um partido de imediato. Mas o objetivo deste movimento é a fundação de um partido no futuro;

+Este partido será o produto de uma ampla e profunda discussão sobre o seu programa e estatuto, com setores das mais distintas origens, neste movimento que agora se inicia;

+Este movimento e o partido que poderemos fundar deverá ter como fundamentos, além do programa e estatutos, uma relação de lealdade entre seus membros, dentro de uma ética revolucionária, o que exclui a metodologia das calúnias e as agressões físicas entre seus membros.
Post author Eduardo Almeida,
pela Direção Nacional do PSTU
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