Faixa da Conlutas no ato do dia 17

O Encontro desta quinta, 18, em Brasília, marcou a data do I Congresso da Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), que irá fundar uma nova central. O congresso será realizado de 28 de abril a 1º de maio de 2006 e será encerrado com um ato nas ruas de São Paulo, no Dia do Trabalhador.

O congresso foi aprovado na tarde de hoje, após o ponto de organização da Conlutas, onde foram discutidos os próximos passos para a consolidação desta alternativa para os trabalhadores. Após marcarem a data, os cerca de 1.700 inscritos cantaram em uníssono: “A Conlutas é pra lutar. É o congresso operário-popular”.

Critérios
O ponto de organização foi marcado pelo debate sobre os critérios para a escolha dos delegados que estarão no Congresso e sobre a importância de estarem representados as oposições sindicais, as organizações do movimento popular e a juventude. Segundo Zé Maria, da coordenação da Conlutas, ‘os critérios aprovados aqui são provisórios e valem apenas para este primeiro congresso, que deverá discutir os critérios definitivos”.

Assim, cada sindicato que participará do congresso terá direito a levar cinco delegados e poderá eleger outros em assembléia, seguindo o critério de um representante para cada 500 trabalhadores na base. Um último delegado poderá ser eleito em fração de 250 trabalhadores. As assembléias, para escolher os representantes, precisarão reunir um número de trabalhadores três vezes maior do que o total de delegados a que tem direito de eleger.

As oposições sindicais, que enfrentam os sindicatos chapa-branca da CUT em categorias importantes, terão direitos a dois representantes. Oposições que já disputaram eleições, como a de bancários de São Paulo e de Porto Alegre, terão direito a levar mais delegados, além destes dois. A quantidade será definida pelo percentual da categoria que votou na oposição.

Como exemplo, se 30% dos votos de uma categoria com 10 mil trabalhadores tiverem ido para uma oposição, esta teria direito a eleger mais seis delegados, sendo 1 por cada 500 trabalhadores, dos três mil que teriam votado nela.

Também foi aprovada a participação de estudantes no congresso de fundação. O critério é o mesmo do para os trabalhadores – 1 para cada 500 – sendo que as eleições podem reunir alunos matriculados em um curso ou em vários cursos de uma universidade.

Reunião ampliada
Alguns temas ficaram em aberto e devem ser aprofundados até a reunião ampliada da coordenação, que ocorrerá em outubro. Entre eles, os critérios de representação para a juventude operária e da periferia e para as organizações do movimento popular e camponês. Como existem muitas dúvidas em relação a como fazer para escolher os representantes destes setores, que estiveram presentes no encontro, a decisão foi adiada.

A reunião ampliada de outubro também irá discutir a convocação do Congresso. A idéia é aglutinar outros setores que ainda não integram a Conlutas, e iniciar um amplo processo de construção da central.

Ao final, foram aprovadas diversas moções: contra a tentativa de divisão em São José dos Campos, onde a CUT tenta fundar um outro sindicato; contra a perseguição da Federação Única dos Petroleiros aos ativistas da Conlutas e contra o projeto de privatização dos Correios.