Nova Friburgo no último domingo
@MarceloOrphao

Morro do Bumba em Niterói, Teresópolis, Nova Friburgo e agora o Noroeste fluminense. Todo ano é a mesma história: as chuvas chegam, e a população pobre do estado do Rio de Janeiro perde suas casas, os poucos bens que possuem, seus amigos e até a própria vida. A única coisa que, as vezes, muda é a cidade da tragédia.

A irresponsabilidade e o descaso das autoridades não têm limites. Há exato um ano, a região serrana do Rio viveu uma tragédia sem precedentes. Foram mais de 900 mortos, 500 desaparecidos e milhares de desabrigados. Ao longo de um ano, quase nada foi feito pra evitar uma nova tragédia. O que se viu foram denúncias de corrupção nas prefeituras, quedas de prefeitos e abandono das vítimas.

Segundo reportagem do Jornal do Brasil, os moradores de Nova Friburgo, na região serrana, devem "Rezar para não chover". Foi o que afirmou o assessor de Meio Ambiente do Crea-RJ, o engenheiro civil sanitarista Adacto Ottoni, que vistoriou a cidade após a tragédia provocada pela chuva no ano passado e voltou à região nesta quarta-feira. Até agora, medidas simples como o reflorestamento ainda não foram tomadas, ampliando o risco de uma nova desgraça.

Desta vez, a tragédia já deixou mais de 20 mil desabrigados. As cidades de Itaperuna (5 mil desabrigados) e Lage de Muriaé (2,5 mil desabrigados) somam-se à macabra estatística do governo Sérgio Cabral. Em um ano, são mais mil mortes e quase 75 mil pessoas atingidas pelas chuvas.

O PSTU é solidário aos atingidos pelas chuvas. Exigimos que os governos construam casas em locais seguros para todos os desabrigados e liberem, em caráter emergencial, R$ 10 mil para todos os atingidos, independentemente de FGTS.

Os governos, negligentes com a situação de risco das famílias que são atingidas ano após ano são os culpados pelo drama da população. É preciso que os governos executem um verdadeiro plano de obras públicas para evitar novas tragédias. O governo Sérgio Cabral tem de ser responsabilizado criminalmente, já que sabia das ameaças de tragédias e nada fez.

Além disso, é urgente que os atingidos pelas chuvas sejam isentados das tarifas públicas de luz, IPTU, água, etc., tendo o direito de permanecerem em hotéis não afetados para até a construção de suas casas.

O mínimo que se espera é que as comunidades de trabalhadores que foram atingidas, ou seja, daqueles que ganham o pão com o suor do próprio rosto, tenham seus bens materiais repostos pelos governos responsáveis por conta de sua omissão através dos anos. O governo federal, o governo estadual de Sérgio Cabral e os prefeitos são os responsáveis pela tragédia e devem ser punidos.