O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro, em entrevista para a agência de notícias da própria confederação, declarou, a respeito do PAC, que “o pacote contempla tudo aquilo que o setor privado vem cobrando ao longo do tempo”. Entretanto, ele cobra a realização das reformas estruturais, ou seja, as reformas trabalhista, previdenciária, tributária e política. Para ele, “o plano não vai produzir o espetáculo do crescimento sem as reformas”.

Junto com um dos maiores empresários do país, Jorge Gerdau Johannpeter, Monteiro está articulando uma reunião com Lula, possivelmente no mês de fevereiro, para prestar apoio e colaboração a aplicação do PAC. O mesmo encontro, segundo o jornal Folha de S. Paulo, deverá servir para “pedir” ao presidente que integre as reformas ao plano.

Monteiro será um dos membros do FNPS (Fórum Nacional da Previdência Social), criado para elaborar uma proposta de reforma da Previdência. Em bate-papo no site da CNI, Monteiro falou sobre quais seriam suas proposições no fórum, todas voltadas a retirar direitos dos beneficiados. “Questões como idade mínima para aquisição de direitos, a necessidade de criar mecanismos complementares de poupança, um modelo mais calcado na idéias da capitalização” são alguns itens citados por ele. Monteiro é apenas um dos cinco representantes dos empregadores a compor o FNPS.

A posição de Armando Monteiro apenas demonstra que o PAC de tímido não tem nada. O fato de não estarem expressas nele as reformas não significa que elas não acontecerão. Elas seguem na pauta de empresários e do governo a todo vapor. Serão necessárias muita resistência e organização dos trabalhadores brasileiros para impedir que elas aconteçam.

LEIA TAMBÉM

  • CUT segue fiel ao governo e auxilia ataque aos trabalhadores
  • PAC: Pacote econômico de Lula isenta ricos e aprofunda arrocho aos pobres