Atnágoras e ativistas na saída do debate

Atnágoras Lopes, candidato do PSTU ao governo do Pará, participou de debate com os demais candidatos a governador. O debate foi realizado ao vivo às 23h30 no SBT Belém. O debate anterior, realizado pela TV RBA, afiliada da TV Bandeirantes, onde Atnágoras foi não convidado, ficou caracterizado por uma espécie de bate-papo informal entre José Priante (PMDB), Ana Júlia Carepa (PT) e Edmilson Rodrigues (PSOL) que se limitaram a criticar a ausência do candidato do PSDB, Almir Gabriel, líder das pesquisas ao governo.

No debate do SBT, a presença de Atnágoras foi o diferencial desde o primeiro bloco de perguntas. O representante do PSTU criticou o festival de promessas e enfatizou a luta contra Lula e Alckmin, apresentando Heloísa Helena como uma alternativa aos trabalhadores, coisa que o candidato do PSOL, pouco faz, limitando-se à sua candidatura estadual.

Atnágoras também defendeu o rompimento com a lei de responsabilidade fiscal e a dívida externa e a reestatização da Companhia Vale do Rio Doce e da Celpa (central de energia elétrica), criticou a burguesia, a oligarquia regional e os seus representantes ao governo, afirmando que brigam no programa eleitoral paraense, mas comemoram juntos em Brasília a aprovação, em primeira votação, do Supersimples, o primeiro passo para a reforma trabalhista que busca acabar com conquistas históricas da classe trabalhadora. Essa afirmação gerou desconforto entre os candidatos presentes e pedidos de direito de resposta.

No penúltimo bloco, os candidatos fizeram perguntas entre si. Pelo sorteio restou a Atnágoras indagar o candidato do PSOL, que durante todo o programa eleitoral e no próprio debate apresenta como a grande proposta para a área social a criação da bolsa escola estadual e limita-se a fazer uma apologia de seus oito anos à frente da prefeitura petista de Belém, afirmando que foi o prefeito mais premiado do Brasil, o que o levou a ser ironicamente taxado como “prefeito tele-sena”: é só prêmios. Atnágoras lembrou que Edmilson seguiu a risca a lei de responsabilidade fiscal, reprimiu greve de professores e ainda mantém, na prática, a defesa do modo petista de governar. O candidato do PSOL não conseguiu contra-argumentar
convincentemente.

Candidatura sustentada por trabalhadores
Ao final do debate a militância na frente da emissora, de tão empolgada que ficou, cantava palavras de ordem que podiam ser ouvidas dentro do estúdio, levando a chefe de jornalismo a comentar positivamente a empolgação.

A candidatura do PSTU cresce em categorias organizadas como funcionários públicos, movimento estudantil e operários da construção civil, onde Atnágoras, ao visitar as obras, além de pedir votos, pede e recebe contribuição financeira aos operários cujo salário é de R$ 360 mensais (servente de pedreiro).

O crescimento da candidatura, que gira entre 1% e 2% nas diversas pesquisas eleitorais, se traduz tanto na maior fiscalização do TRE sobre a campanha do PSTU quanto no apoio espontâneo na rua e nas declarações de voto em categorias organizadas.