Greve em São Paulo

Professores de seis estados do país estão em greve atualmente

Professores de seis estados do país estão em greve atualmente, numa forte luta contra o caos na educação pública. Há paralisações da categoria em São Paulo, Pernambuco, Pará, Santa Catarina, Paraná e na Paraíba. Em Minas Gerais, professores ameaçam iniciar uma paralisação esta semana.
 
Os professores paulistas entraram no 46° dia greve nesta segunda-feira, dia 27. Em assembleia na sexta, dia 24, a categoria decidiu pela continuidade da paralisação iniciada no dia 13 de março.  A negociação entre a Apeoesp e a Secretaria de Educação não chegou a nenhum acordo. O governo se nega a conceder reajuste salarial e a proposta ainda é de aumento zero.
 
As assembleias da categoria têm resultado em grandes manifestações, com milhares de pessoas nas ruas, numa forte demonstração de resistência aos ataques e intransigência do governo Alckmin (PSDB).
 
“Alckmin segue se negando a reconhecer as reivindicações da categoria, chegando ao ponto de dizer que a greve que já dura mais de 40 dias e atinge centenas de escolas de forma integral ou parcial não existe”, denuncia Ernesto Gradella, professor da rede de ensino em São José dos Campos.
 
No Pará e em Santa Catarina, os professores estão em greve há mais de 30 dias. Em Pernambuco, a greve teve início no dia 13 de abril e na Paraíba, dia 1° de abril.
 
No Paraná, os educadores retomaram a  greve neste sábado, 25 de abril. O governo Beto Richa (PSDB) não cumpriu com uma série de pontos do acordo que suspendeu a forte greve da categoria em março deste ano. Naquele momento a categoria decidiu que, caso o governo não cumprisse com os acordos, retornariam à greve. 
 
As paralisações trazem à tona o colapso que vive a educação pública no país. Na “Pátria Educadora” alardeada pelo governo Dilma, os cortes na educação são uma regra geral dos governos, seja em nível federal ou estadual, seja sob governos do PT, PSDB, PMDB, PSB e outros.
 
Baixos salários, precarização de direitos, salas superlotadas, falta de materiais básicos nas escolas como giz ou papel higiênico são alguns dos graves problemas que fazem parte do dia-a-dia da categoria, afetando de forma profunda a qualidade de ensino no país.
 
A precarização das condições de trabalho é outro grave problema. Em São Paulo, dos cerca de 200 mil professores na rede, 15 mil são temporários. No ano passado, eram 57 mil, mas com o corte de verbas e fechamento de salas determinado pelo governo tucano, 42 mil foram demitidos e passaram a ser 15 mil professores da chamada “categoria O”.
 
Mas o problema dos professores temporários não é exclusividade do estado de São Paulo. Um estudo feito no ano passado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base em dados do Censo Escolar, revelou que um em cada quatro professores das escolas de Educação Básica no país mantém contratos temporários com o poder público.
 
De acordo com o Radar 32 – Formação profissional e mercado de trabalho, são mais de 450 mil docentes com contratos precários, de um total de 1,8 milhão de profissionais que atuam em unidades públicas. Quando analisado apenas o Ensino Médio, responsabilidade das redes estaduais, a porcentagem de temporários sobe para 30%, chegando a ser mais de 40% em algumas disciplinas, como Química e Física.
 
Pela unificação das lutas dos trabalhadores em educação
Em São Paulo, a greve dos professores e suas assembleias com até 40 mil pessoas na Avenida Paulista seguem sendo boicotadas pela grande imprensa, que sequer informam sobre o que está ocorrendo, em total conivência com o governo Alckmin.
 
A postura dos governos é de intransigência e total descaso com as reivindicações da educação pública. No Pará, por exemplo, o governador Simão Jatene (PSDB) chegou a pagar uma propaganda na TV com mentiras contra a greve, para jogar a população contra a mobilização.
 
É preciso garantir todo apoio e solidariedade aos professores de todo o país!
Pela unificação das greves e pela realização de uma Greve Geral da Educação!
Pelo atendimento das reivindicações da categoria!