Hilton Coelho, deputado estadual e candidato a prefeito de Salvador pelo PSOL

PSTU Salvador (BA)

Afirmamos que sentimos muito orgulho da campanha que o PSTU está fazendo em todo o Brasil, construindo uma alternativa revolucionária e socialista nas portas das fábricas, nos bairros operários e periféricos das cidades brasileiras. Frente à grave crise econômica e sanitária que estamos passando, exige-se cada vez mais a apresentação de um programa anticapitalista, na perspectiva da construção de uma outra sociedade, mais justa e igualitária.

Nossa campanha é classista, socialista, revolucionária e está a serviço da mobilização da classe trabalhadora pelo Fora Bolsonaro e Mourão, por um governo socialista dos trabalhadores apoiado em Conselhos Populares. Somos um partido pequeno, com poucos recursos porque não aceitamos dinheiro das grandes empresas, mas temos ousadia o bastante para defendermos um grandioso projeto: acabar com o capitalismo e construir o socialismo no nosso país e no mundo. Somos orgulhosos desse sonho, quando a ampla maioria das organizações de esquerda privilegia o parlamento, rebaixa o programa e amplia as alianças para ter mais votos.

É com esse afinco que estamos realizando nossa campanha em Alagoinhas, cidade localizada no Nordeste Baiano, com o petroleiro Ednaldo Sacramento como candidato a prefeito e professor Elmo Dias como vice.

Infelizmente, não tivemos condições de lançar candidatura própria em Salvador, como fizemos em Alagoinhas. Mas isso não impossibilita nossa intervenção no processo eleitoral, apresentando as medidas que achamos necessárias para atender as necessidades mais sentidas pela classe trabalhadora e o povo pobre de Salvador.

Os partidos burgueses governam para os ricos

Quem assiste a propaganda eleitoral gratuita é bombardeada por um monte de promessas que ficam bonitas na televisão, mas sabemos que depois de eleitos, a realidade será outra.

Bruno Reis (DEM) é a continuidade do projeto de ACM Neto, que faz maquiagem na periferia, reproduz a velha política do pão e circo, enquanto segue enchendo o bolso dos empresários com obras faraônicas, como o BRT. É o governo da velha oligarquia carlista, que hoje tentar passar um ar de novidade e modernidade, mas com a velha essência de governar para os ricos, a custa da pobreza e da miséria de milhões de pessoas, o que faz de Salvador um das cidades mais desiguais do país.

Bacelar (Podemos), Pastor Sargento Isidório (Avante) e Celsinho Cotrim (PROS) também representam o mesmo projeto dos ricos. Bacelar e Isidório, inclusive, são deputados federais e votam constantemente medidas contra os trabalhadores na Câmara Federal. Por sua vez, Cezar Leite (PRTB) é o representante do projeto reacionário e de ultradireita do governo Bolsonaro, responsável pelo genocídio do povo pobre e negro, pela negação da pandemia que já causou mais de 160 mil mortes e pelas queimadas que tem devastado a Amazônia e o Pantanal, com sua política de “deixar a boiada passar”.

Não basta ser negra, tem que ter um projeto anticapitalista

O PT e o PCdoB apresentaram duas candidatas negras à prefeitura de Salvador. Com isso, tentam passar uma imagem de que são diferentes dos outros partidos e que estão preocupados com o povo negro de nossa cidade. Tudo mentira. Não passam de uma farsa!

Major Denice, candidata do PT, é parte integrante da Polícia Militar, a força repressiva que mata e humilha diariamente o povo preto dos bairros periféricos de nossa cidade. A mesma PM que tem em seu histórico chacinas como o do Cabula, ação genocida defendida pelo governador Rui Costa (PT).

A major Denice tenta passar a cara humana da PM com o seu projeto Ronda Maria da Penha. Mas na verdade, é um projeto aquém das verdadeiras medidas que devem ser tomadas para combater a violência contra as mulheres. Em março deste ano, a Ronda Maria da Penha completou cinco anos de existência e, além da sede em Salvador, está presente em apenas 15 dos 417 municípios baianos, deixando de fora da “Ronda” mais de 95% das cidades.

Segundo o Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública da Bahia, o feminicídio aumentou 150% em maio deste ano comparado ao mesmo mês do ano passado. De acordo com o Atlas de Violência no Brasil, no Estado da Bahia, durante o período de vigência de dez anos dos governos do PT (2007 a 2017), o assassinato de mulheres quase duplicou, sendo que a maioria destas mulheres foram negras, o que também representou a maior taxa de crescimento, em comparação a mulheres não negras.

Os dados demonstram que as políticas públicas de combate à violência contra as mulheres, aplicadas pelo governo estadual, são insuficientes. A realidade é maior que o discurso bonito que a major Denice passa na propaganda eleitoral gratuita.

Já Olivia Santana, candidata do PCdoB, tenta se diferenciar da major Denice dizendo que é mais preparada e experiente na política. Aí apresenta todo seu currículo parlamentar e de cargos em secretarias municipais e estaduais. De fato, a diferença entre elas é apenas isso mesmo, pois os projetos são os mesmos: iludir o povo pobre e negro com falsas promessas. Olivia Santana não fala da política genocida da Polícia Militar do governador Rui Costa. Seu silêncio é porque seu partido, o PCdoB, é parte do governo. Também tem as mãos sujas pelas mortes do povo preto de nossa cidade.

Major Denice e Olivia Santana são duas farsas, que usam a imagem da mulher negra, para vender uma imagem ligada ao povo preto e pobre de nossa cidade. Mas as duas são parte de um governo que impõe as amarras da miséria ao nosso povo. Não basta ser mulher e negra se o programa que apresentam é o programa da casa grande.

O voto crítico no PSOL

Com este cenário eleitoral, acima apresentado, o PSTU chama o voto crítico no PSOL. É crítico porque o programa que este partido apresenta não rompe com o sistema capitalista. Em todo o país, as candidaturas do PSOL tem se apresentado como gestores de um capital “mais humano”, como um PT requentado. Mesmo em Salvador, o candidato Hilton Coelho, de uma corrente da “esquerda do PSOL”, defende um programa insuficiente para resolver a fundo as necessidades da classe trabalhadora, do povo pobre e negro de nossa cidade.

Hilton Coelho (PSOL) expõe em seu programa de governo que ainda “vivemos numa cidade onde permanece a divisão entre a Casa Grande e a Senzala”, mas ao invés de dizer que devemos organizar o quilombo para derrotar a casa grande, defende “construir uma cidade para TODOS e TODAS”. Um discurso já usado pelo PT, que para governar para TODOS, se juntou com os representantes da casa grande. O final da história já conhecemos.

O programa de Hilton Coelho tem como a proposta de uma “Renda Mínima permanente para Salvador, a ser custeado pelos super ricos da cidade”, mas ele não diz como os ricos irão pagar essa conta, pois se quer o seu programa de governo fala em não pagar a dívida pública. O candidato do PSOL fala em auditoria. Mas só auditar não basta, é preciso parar de pagar a dívida, pois só assim vamos garantir renda e ter serviços públicos de qualidade.

Nosso voto é crítico, porque não acreditamos nessa falácia de “construir uma cidade para TODOS e TODAS”. Nós queremos construir uma SALVADOR PARA OS TRABALHADORES, O POVO POBRE E NEGRO DA PERIFERIA.

Quando se fala em TODAS e TODAS, inserem-se aqui os ricos e poderosos que sempre governaram. Significar dizer que vamos governar também para a casa grande, ou seja, manter as relações de exploração e opressão capitalista. No capitalismo não existe governo de TODOS e TODAS, existe governo dos ricos. Por isso, nossa luta é pela construção de um governo dos trabalhadores, do povo pobre, dos de baixo contra os de cima, dos pobres contra os ricos, dos explorados contra os exploradores.

A proposta que o PSOL apresenta é uma saída por dentro do Estado burguês, a estratégia do PSTU é o oposto disso. Apostamos na mobilização independente da classe trabalhadora, das mulheres, dos negros e da juventude. Temos um lado e esse lado é dos trabalhadores, lutando com um programa anticapitalista e anti-imperialista, por um governo dos trabalhadores de ruptura com o capitalismo, sustentado em Conselhos Populares.

Não tivemos condições de apresentar uma candidatura que expresse esta alternativa socialista e revolucionária em Salvador. Por este motivo, chamamos o voto crítico no PSOL e conclamamos os trabalhadores, jovens, negros e negras, mulheres e LGBTS a construir esta alternativa revolucionária. É a defesa de um programa de ruptura com o capitalismo, falando a verdade sobre as eleições e os limites da institucionalidade, que podemos de fato construir um caminho diferente, tanto do apresentado pelo bolsonarismo e suas fakenews, quanto do reformismo dos governos do PT e as propostas “requentadas” de seu programa.