Reunião entre sindicato, GM, prefeitura e Governo Federal

Em negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, nesta quarta-feira, dia 25, a General Motors se comprometeu a não tomar nenhuma decisão sobre o provável fechamento do setor MVA (Montagem de Veículos Automotores), até o dia 4 de agosto, quando acontecerá uma nova reunião. Para o Sindicato, o quadro passado pela GM na reunião de hoje aponta para uma situação bastante grave.

No encontro, ficou clara a intenção da empresa em fechar o MVA, onde hoje trabalham 1.500 funcionários. O diretor institucional da GM, Luiz Moan, afirmou que o setor já deixou de fabricar os modelos Zafira, Meriva e Corsa, restando apenas o Classic. Hoje (25/07), segundo a GM, é o último dia de produção do Corsa.

Moan também repetiu que a montadora não pretende fazer, no momento, novos investimentos em São José. Afirmou ainda que a GM trabalha com “ajustes de estrutura” e que existem “excedentes de fatores de produção”.

Mais uma vez, o Sindicato reafirmou suas propostas para garantir a manutenção dos postos de trabalho na fábrica de São José dos Campos: produção integral do Classic na planta local; nacionalização do Sonic, que é importado da Coréia do Sul; e volta da produção de caminhões. Novamente, a GM mostrou-se intransigente em atender essas propostas do Sindicato.

Para a reunião do dia 4, Sindicato e GM se comprometeram a apresentar propostas que levem a uma saída para a fábrica de São José dos Campos.

Até lá, o Sindicato vai intensificar as mobilizações na luta contra o desemprego, mas se mantém aberto a negociações.

“Estamos há cinco meses buscando novas propostas da GM, mas nada foi apresentado até agora. O Sindicato é constantemente apontado como a parte radical, o intransigente das negociações, mas o que falta é justamente uma proposta da GM. Queremos acreditar que no dia 4 aconteça algum avanço por parte da montadora. Do ponto de vista econômico, não há motivos para a GM demitir”, afirma o presidente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá.

A própria GM admitiu, na reunião, que a empresa vive um momento de aumento nas vendas, e que o MVA é um problema “pontual”.

Produção do Classic manteria empregos
O fim da produção dos modelos Corsa, Zafira e Meriva não representa a redução do volume de unidades de veículos produzidos no MVA. Juntos, esses três modelos representavam o mesmo volume de produção do Classic hoje, ou seja, 370 carros por dia.

Portanto, mesmo com a saída dos três modelos, não existirá mão de obra excedente na fábrica. Esta medida, já adotada temporariamente pela GM, representa a mesma proposta apresentada pelo Sindicato e não geraria fechamento de postos de trabalho em São Caetano.

“Está claro que a GM não quer produzir o Classic aqui por uma questão meramente econômica. A fábrica não pode desconsiderar os fatores sociais de uma decisão como essa. São José dos Campos não suporta mais tantas demissões”, afirmou o secretário-geral do Sindicato, Luiz Carlos Prates, o Mancha.

Cobrança Governo Federal
O Sindicato também cobrou uma posição mais firme do governo federal, que foi representado na reunião pelo secretário nacional de Relações do Trabalho, Manoel Messias Nascimento Melo.

“Esta é uma questão nacional e o governo federal tem de tomar providências, intervindo para garantir a manutenção dos postos de trabalho. O governo não pode ser apenas intermediador. Estamos diante de um cenário de reestruturação e não vamos aceitar demissões” , afirmou Macapá.

Mobilização continua
A assembleia realizada no Sindicato na tarde desta quarta-feira, reafirmou o calendário de lutas pela manutenção dos empregos. Os trabalhadores da GM aprovaram a realização de um ato no próximo dia 27, às 14h, no Parque da Cidade, e incorporação ao Dia Nacional de Lutas, no dia 31, quando será realizada uma manifestação.