Cerca de 400 estudantes ocuparam a reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na tarde do dia 7, em protesto contra as ações da Polícia Militar no campus.
No último dia 3, uma sessão de cinema foi barrada a cacetadas pela PM. A polícia queria proibir a exibição do documentário “Grass Maconha”, sobre a legalização da droga, filme que pode ser encontrado em qualquer locadora ou em bancas de revistas.
Aproximadamente 50 policiais, em várias viaturas e até num helicóptero, cercaram o Instituto de Geociências (IGC) da UFMG, impedindo a entrada e saída de trabalhadores e estudantes do prédio. A PM foi convocada e autorizada a agir pelo reitor Ronaldo Tadêu Pena e pela vice-reitora, Heloisa Starling.

A truculência da polícia deixou 30 feridos e um estudante foi preso ao tentar sair do prédio. A direção da universidade usa cada vez mais a força militar e a repressão. No ano passado, diversos estudantes foram processados e sete ainda estão ameaçados de jubilamento por se manifestarem no movimento do “bandejão”.

Truculência recorrente
Também no Conselho Universitário que aprovou o Reuni, o prédio da reitoria foi cercado por policiais para impedir qualquer manifestação contra um projeto que sequer foi discutido seriamente na comunidade. Nos encontros estudantis, os estudantes não podem se alojar na UFMG. No início deste ano, o reitor chegou a receber uma intimação por impedir a matrícula de estudantes que conseguiram liminar judicial para não pagarem as taxas.

Perguntamos aos estudantes, professores e demais trabalhadores: é essa universidade que a sociedade precisa? Uma universidade onde se evita o debate, convocando a polícia? Armas, botas, camburões impedindo a arte, o saber e o pensamento crítico? Um governo e uma reitoria que se dizem democráticos, mas não hesitam em reprimir aqueles que divergem!

O movimento estudantil exige retratação pública por parte da reitoria, inquérito administrativo para punição dos responsáveis pela entrada da PM no campus, punição dos policiais dos policiais responsáveis pela agressão, audiên-
cia pública com a reitoria e a suspensão de todos os processos contra os estudantes.
Chega de punições!

Post author Mariah Mello, de Belo Horizonte (MG)
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