Muito antes do processo eleitoral propriamente dito, a movimentação do PSOL no Amapá já apontava um cenário preocupante. Nas redes sociais e jornais locais a conformação da chapa de Clécio Luis (PSOL) com o líder do PPS no Amapá já anunciava uma realidade preocupante. Enquanto isso, o PSTU chamava à composição de uma frente de esquerda na capital. Mas isso não foi possível. O PSOL preferiu se aliar aos ricos em detrimento da composição de uma frente de esquerda no Amapá, um dos estados de maior concentração de renda da região Norte.

No Amapá, como no restante do país, era mais que necessário o fortalecimento de uma alternativa do campo da esquerda combativa. Porém, o caminho adotado pelo PSOL foi pela ampliação do arco de alianças dentro do campo “democrático e popular” que incluía o PT, PV, PPS, PCdo B, PDT, PSB, PCB.

O segundo turno
O 2º turno das eleições trouxeram importantes lições para o conjunto da esquerda, mais um triste capítulo das lamentáveis e desastrosas políticas já apresentado no primeiro turno.

Se enfrentam Clécio Luís (PSOL) e Roberto Góes (PDT), candidato à reeleição. Clécio venceu a disputa com 50,59% dos votos. Macapá será a primeira capital a ser dirigida pelo PSOL.

Durante a campanha, as duas candidaturas não representam nenhuma saída. O PSOL conduzia sua campanha mais a direita ampliando sua política de alianças e fechou com o apoio do DEM, PSDB e PTB, partidos que dispensam maiores apresentações. A aliança é fruto de um acordo costurado com o ex-presidente José Sarney, símbolo das oligarquias e da corrupção.

Diante da crise da administração do PDT, Clécio e o PSOL resolveram aliar-se aos ricos para defender uma saída burguesa para a grave crise. O PSTU ia anunciar voto critico em Clécio, mas foi surpreendido (assim como muitos militantes do próprio PSOL) pelas alianças com PTB, DEM e PSDB.

Diante dessas alianças, o PSTU não pôde chamar o voto no PSOL. Não podemos estar em uma aliança ou mesmo chamar o voto em um candidato e um governo que será composto pela velha direita oligárquica que, no país, governou junto com FHC. Nesse sentido, o voto nulo foi um ato coerente.

O PSTU lamenta a perda de mais uma grande oportunidade de mudar Macapá e elegermos uma prefeitura que governe realmente para os trabalhadores e a maioria do povo. Um governo com Sarney e os velhos partidos da direita será uma decepção e seguirá governando segundo os interesses dos ricos e poderosos do estado e da cidade.
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