O dia 23 de maio, em Fortaleza, foi de intensa atividade política. Logo pela manhã, o MST bloqueou as rodovias BR-116 e BR-222 com apoio da Conlutas e do PSTU. O Movimento dos Conselhos Populares realizou bloqueio de ruas na cidade.

Paralisaram as atividades os professores do estado e também os do município, estes em luta aberta contra a prefeitura de Luizianne Lins (PT). Os estudantes do Centro de Humanidades da Universidade Federal do Ceará (UFC) paralisaram as aulas e entregaram pauta de reivindicações na reitoria. Servidores do Ibama, Incra e Cefet-CE também participaram ativamente da programação do dia nacional de lutas na capital cearense.

O ponto alto do dia 23, porém, foi, sem dúvida, a passeata convocada para as 18h, na Praça da Bandeira. Treze ônibus vindos dos mais diversos canteiros de obras da cidade movimentaram em torno de 800 operários. O movimento popular somou-se ao ato com outras 200 pessoas. Estiveram presentes delegações do MST, Via Campesina, servidores do Ibama, além de vários sindicatos e oposições que constroem a Conlutas no Estado.

Com muita disposição de luta, os manifestantes mudaram o cotidiano da cidade ao som de palavras de ordem como “Ô Lula, que covardia, quer acabar com a aposentadoria” e “1, 2, 3, 4, 5 mil. Ou param essas reformas, ou paramos o Brasil”.

No seu auge, a passeata parou uma das principais avenidas do centro da cidade por meia hora, onde usaram a palavra os partidos presentes ao ato como PSTU, PSOL, PCB e PCR. O ato teve um caráter de unidade do movimento e com um destacado corte anti-governista.

Raimundão, diretor do sindicato da construção civil e militante do PSTU, afirmou que o dia 23 foi uma grande vitória e destacou ainda que “queremos derrotar as reformas do governo, mas não basta derrotar as reformas, queremos derrotar esse governo que desde o primeiro dia de seu mandato é o governo da corrupção, do apadrinhamento aos banqueiros, grandes empresários e latifundiários deste país”.