Na Casa Branca, presidente dos EUA exige repressão aos grupos da intifadaO presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, recebeu neste dia 20 de outubro, na Casa Branca, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. Contrariando metas anteriores, Bush anunciou que a criação do Estado Palestino poderá não surgir durante seu mandato, que vai até o final de 2009. Essa era uma das metas dos acordos de paz assinados por Abbas, logo após a sua posse, no início deste ano.

No entanto, o presidente dos EUA aumentou as exigências de que o presidente da ANP reprima os grupos da Intifada. Ele pediu instou Abbas a “melhorar o Governo, reviver sua economia, instituir a reforma das forças de segurança e combater o terrorismo“.

GAZA – A situação intensificou-se violentamente na Faixa de Gaza após a retirada dos colonos israelenses, encerrada no dia 12 de setembro. As Brigadas de Al-Aqsa – braço armado do partido político Fatah – cessaram a trégua acordada na seqüência dos desalojamentos. Mais de 400 palestinos foram presos e dezenas assassinados pelas forças armadas de Israel, muitos deles dirigentes da resistência palestina.

`AbbasBush exige que Abbas assuma rapidamente o controle da Faixa de Gaza, algo que Washington considera imprescindível antes de dar um novo impulso ao “processo de paz entre israelenses e palestinos”, o chamado “Mapa do Caminho”. A ANP, por sua vez, “admite ter falhado em impor a lei e a ordem na Faixa de Gaza” – elogia a retirada dos colonos israelenses de Gaza pelo premiê Ariel Sharon – e, ainda, pede a Bush uma retomada dos planos de paz acordados entre ONU, Rússia, União Européia e EUA para a questão palestina. “É importante que a liderança palestina se movimente para pôr fim à violência em Gaza. E isso quer dizer vigiar Gaza para impedir a violência“, declarou nesta quinta-feira o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan.

Mapa do Caminho ou paz dos cemitérios?
No Brasil, Lula dirigiu-se a Abbas – durante a Cúpula América do Sul-Países Árabes, em 9 de maio – pedindo-lhe “paciência” para a criação do Estado Palestino. Abbas manifestava “preocupação” em relação ao não-cumprimento dos acordos entre Israel e Palestina. Depois de seis meses, a retirada dos colonos israelenses de Gaza demonstrou-se algo muito pior do que uma farsa, já que redundou no castigo coletivo de mais palestinos e na absoluta falência do planos de paz.

O Lula de então, anterior à crise do governo e do PT, tentava projetar-se como sustentáculo auxiliar do imperialismo hegemônico no Oriente Médio, assim como faz em suas incursões diplomáticas em países da América Latina que vivem situações pré ou diretamente revolucionárias, valendo-se do prestígio que detinha. A visita de Abbas a Bush, por sua vez, só faz continuar e aprofundar a submissão aos EUA, relegando o direito à autodeterminação do povo palestino a um futuro cada vez mais distante.

* com informações dos jornais Há´aretz e The Guardian

SAIBA MAIS

  • Visite o especial Intifada Palestina