Assim como o racismo, o machismo também serve como base de sustentação para a superexploração de um enorme setor da população. A média salarial entre as mulheres pode chegar a 54% da dos homens. Isso porque as mulheres formam a maioria entre os subempregados e aqueles que ocupam os postos que recebem os menores salários.

Dessa forma, as conseqüências imediatas da Alca significam ataques ainda mais profundos para as mulheres trabalhadoras, já que implicam em aumento do desemprego e redução de salários e direitos. Particularmente no que se refere aos direitos, o que se avizinha é um verdadeiro crime, que já está ocorrendo em outras partes do mundo, como o México e a América Central, onde o imperialismo já criou áreas de livre comércio, como o Nafta (América do Norte) e Cafta (América Central).

Em toda essa região, foram implementadas as maquilas, empresas que montam materiais e equipamentos para exportação. Nestes locais, onde a maioria absoluta é composta por mulheres, as jornadas são tão estafantes que já provocaram mortes, e os direitos trabalhistas simplesmente não existem.

Para as mulheres, a situação é particularmente grave. No México e em El Salvador, são exigidos certificados de não-gravidez, as empregadas passam por exames mensais e a gravidez é justa-causa para demissão imediata.

A total falta de liberdade sindical, outro aspecto que Lula quer conseguir antes mesmo da implantação da Alca, abre espaço para todo tipo de abuso, inclusive o assédio sexual, chegando até o desaparecimento e assassinato de mulheres que tenham criado alguma notícia.

Por essas e outras, lutar contra Alca é também lutar em defesa das mulheres e seus direitos.
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