Atividade no FSM discute a política dos EUA para o Oriente Médio e a América LatinaO debate, no dia 27, contou com a presença de Leila Khaled, do Conselho Nacional Palestino (CNP), Dirceu Travesso, da Direção Nacional do PSTU e da Oposição Nacional Bancária, e o venezuelano German Ferré, do Movimento V República. A Organização Campesina Colombiana foi representada por German Berdói e a Organização Tricontinental pela cubana Lurdes Cervantes.O debate foi intermediado por Mohamad Sami, da União da Juventude Árabe na América Latina (UJAAL).

Leila Khaled destacou que o apoio ao Estado de Israel foi uma forma dos EUA expandirem sua influência e seu potencial bélico no Oriente Médio. Com isso, apóiam os ataques de Israel ao povo palestino: “Para se ter uma idéia, em 1968, forneceu armas, aviões e bilhões de dólares para que fossem usados contra o povo Palestino”. Na ONU, “os EUA vetaram mais de cinqüenta sanções contra o Estado de Israel e se abstiveram todas as vezes em que o assunto era a terra Palestina”.

Dirceu Travesso, do PSTU, afirmou que a ocupação do Iraque e o Estado de Israel são “a expressão crua do imperialismo”. Ele lembrou que “outra face do imperialismo são os acordos e tratados como o da Área de Livre Comércio das Américas, a Alca”.
Dirceu citou Iraque, Palestina e Venezuela como exemplos para mostrar que o imperialismo não é invencível: “Na Venezuela, o povo desceu dos morros e fez o golpe recuar. Hoje, são mais de duzentos mil iraquianos na resistência contra a ocupação norte-americana. O povo palestino, que como último recurso para se expressar, amarra bombas no próprio corpo e enfrenta o Estado de Israel”. Para ele “a derrota do imperialismo se dá com a ação das massas”. Dirceu fez ainda um chamado a todos os povos oprimidos, “é preciso uma estratégia clara de poder, com definições programáticas e ideológicas”.

O venezuelano German Ferré lembrou das tentativas e dos golpes patrocinados na América Latina, como na Guatemala, Granada, Bahamas e, mais recentemente, na Venezuela. Outro alvo dos EUA, a Colômbia, também foi lembrado no debate. O país está sendo fortemente militarizado, com apoio norte-americano, e há uma campanha de extermínio contra aqueles que se organizam. “Na suposta luta contra os traficantes, assassinam os camponeses que resistem”, denunciou Lurdes Cervantes, da Organização Tricontinental. O papel do presidente Álvaro Uribe foi lembrado por German Berdói, da Organização Campesina Colombiana: “Nosso presidente é um representante legítimo do imperialismo.”