Aconteceu, no dia 6 de fevereiro, a primeira reunião de entidades sindicais e políticas da cidade de Campinas contra a crise da economia mundial. Cerca de 80 ativistas de 27 organizações debateram a necessidade de impulsionar um movimento para fazer frente às demissões em massa no setor metalúrgico e a ameaça de desemprego nos demais setores.

Estavam presentes representantes dos Sindicatos de Metalúrgicos, dos Químicos, das Domésticas, Sinergia, da Construção Civil, Centro Acadêmico das Ciências Humanas da Unicamp, além da Oposição Alternativa da Apeoesp e da oposição petroleira, ambas da Conlutas. Também participaram uma associação de bairro, o MST, a Pastoral Operária, o MTST, o Movimento dos Trabalhadores Desempregados e os partidos PSTU, PSOL, PCB e PT.

Em Campinas e região, a patronal começou um forte ataque à classe trabalhadora. O maior golpe recebeu o setor metalúrgico, com quase 11 mil demitidos de uma base de 54 mil. A situação chegou a tal ponto que houve até caso de suicídio entre os trabalhadores demitidos que não suportaram o peso das dívidas.

As chefias das empresas começaram uma campanha de assédio no trabalho, pressionando os operários a apoiarem a redução de jornada e de salário para poderem, “juntos”, sair da crise. Esta campanha tem contado com o apoio da imprensa burguesa local que não dá nenhum espaço aos sindicatos críticos a estas propostas e contam com a contribuição da Força Sindical e da CUT que fecham acordos de redução salarial.

A reunião se comprometeu com o ato do dia 12, na Fiesp, e o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas garantiu transporte para o ato. Os militantes da Conlutas que estavam na reunião defenderam a necessidade de ir para a base das categorias para resistir a qualquer tentativa de retirada de direitos, assim como a exigência ao governo Lula de garantir a estabilidade no emprego através de uma Medida Provisória e construir uma saída dos trabalhadores para a crise.

Além de constituir um Comitê contra as demissões e retirada de direitos, a reunião estabeleceu uma data para um ato em Campinas. O comitê saiu com o indicativo de uma manifestação para o dia 28 de fevereiro. O desafio do atual comitê é concretizar nas bases o impulso à mobilização necessária para que a conta da crise seja paga pelos empresários e não pelos trabalhadores.