Reunião da Conlutas
Diego Cruz

Apesar de ter ocorrido há menos de dois meses, muita coisa mudou desde a última reunião nacional da Coordenação Nacional de Lutas, ocorrido em Brasília. A crise econômica se acirrou e teve início uma onda de demissões. A mudança de conjuntura e os próximos passos no processo de reorganização foram os principais temas debatidos na primeira reunião da Coordenação, ocorrido na manhã do dia 28, em Belém (PA). Participaram cerca de 235 pessoas, sendo 75 delegados sindicais, 10 de oposições, 4 de entidades estudantis e 3 de movimentos sociais.

Fundamentalmente, a reunião serviu para preparar a discussão para a atividade conjunta que ocorrerá amanhã, a oficina “A Crise econômica mundial, os desafios da classe trabalhadora e a reorganização do movimento sindical e popular” , organizado pela Conlutas, diversos setores do PSOL como APS, MES, MTL, MAS e Pastorais, além de diversas entidades sindicais e de movimentos sociais e populares.

No dia anterior, a Executiva da Conlutas havia aprovado uma proposta de resolução para ser levada à oficina. O texto descreve o aprofundamento da crise econômica internacional no país, e seus efeitos sobre os trabalhadores, como as demissões e a pressão pela flexibilização de direitos. Cita também as diversas mobilizações que estão ocorrendo contra tais ataques. “Nossos principais objetivos aqui são dois: generalizar o processo de mobilização para todo o país e politizar ao máximo esse debate”, afirmou Zé Maria, da Conlutas.

Reorganização
Essa nova realidade coloca também novos desafios. E o principal deles é a superação da atual fragmentação do movimento sindical combativo. Ponto que se torna cada vez mais urgente, na medida em que a crise avança e o movimento de massas é dirigido por setores atrelados ao governo. “Nossa responsabilidade nesse processo de unificação é muito grande. Se há uma organização que pode fazer retroceder ou avançar isso, somos nós”, disse Zé Maria.

O dirigente defendeu o avanço da unificação, respeitando-se as diferenças e diversidades no interior das distintas organizações. “Vamos propor um seminário nacional dentro de dois meses, a fim de que esse debate avance, para daí ir para a base e se ampliar. A idéia é fazer um encontro nacional no final do ano, que pode deliberar pela unificação, ou pelo menos se avançar o máximo possível nisso”, defendeu.

Ao final, a reunião aprovou a proposta de resolução. A reunião também aprovou moção de repúdio à política do estado do Pará. O governo da petista Ana Júlia pratica uma política de higienização social nos locais próximos ao Fórum Social, a fim de “reduzir a violência” à custa da repressão aos pobres.