Foto: Antônio Cunha

Em reunião com o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a CSP-Conlutas cobraram do governo Dilma a suspensão das demissões anunciadas pela General Motors, estabilidade no emprego e que a montadora realize investimentos na fábrica de São José dos Campos.

Na reunião, ocorrida nesta segunda-feira, dia 6, em Brasília, o ministro concordou com o Sindicato e afirmou que a montadora não poderia demitir, já que foi beneficiada pela redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Desde o início do programa de redução do imposto, em maio de 2012, o governo abriu mão de R$ 6,7 bilhões.

O presidente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, apresentou ao ministro o acordo assinado com a GM em 28 de janeiro de 2013, que não prevê a demissão dos funcionários, ao contrário do que afirma a empresa. Esse mesmo acordo previa investimentos de R$ 500 milhões na fábrica de São José dos Campos. Há ainda outro acordo, assinado em 15 de julho, que prevê investimentos de R$ 2,5 bilhões em nova fábrica de São José dos Campos.

O Sindicato também denunciou ao ministro o fato de a GM ter transferido parte da produção do veículo Classic para a fábrica de Rosário, na Argentina, enquanto demite trabalhadores das plantas de São José dos Campos e São Caetano.

Manoel Dias se comprometeu a envolver o governo federal em uma força-tarefa contra as demissões. Ele também vai convocar uma reunião entre GM, Sindicato e o próprio Ministério do Trabalho para os próximos dias.

Na quarta-feira, dia 8, às 10h, o Sindicato vai realizar uma assembleia com os trabalhadores para dar continuidade às atividades em defesa do emprego.

Às vésperas do Ano-Novo, a GM enviou cartas de demissão para os trabalhadores da fábrica de São José dos Campos. O comunicado aconteceu uma semana depois de a montadora ter enviado um telegrama em que informava que todos estariam em férias coletivas até 20 de janeiro. Até agora a empresa não informou ao Sindicato quantos trabalhadores foram demitidos. Muitos deles têm estabilidade por serem lesionados ou estarem em fase de pré-aposentadoria.

“O Sindicato não tem acordo sobre essas demissões. A GM foi beneficiada por incentivos fiscais concedidos pelo governo e qualquer demissão agora seria para garantir seus lucros. Esse dinheiro poderia estar sendo usado em saúde e educação, mas está beneficiando apenas as montadoras. Vamos lutar, junto com os trabalhadores, contra mais esse abuso cometido pela empresa”, afirma o presidente do Sindicato.

O secretário-geral do Sindicato e membro da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, também participou da reunião.

“Vamos continuar com a mobilização nacional contra as demissões e exigir a adoção de um contrato coletivo nacional que garanta os mesmos direitos para todos os trabalhadores metalúrgicos”, disse Mancha.

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